STORYTELLING E CIGARRO

Quem assistiu ao filme “Obrigado por fumar” deve lembrar da sugestão do protagonista Nick Naylor em colocar atores fumando nos filmes como tentativa de elevar o número de fumantes nos Estados Unidos. Sete anos após o filme ir ao ar, os produtores da série “Mad Men” parecem, senão ter se consultado com Nick, ao menos aprendido com a sua ideia.

A questão é que, na série, Don Draper, diretor de criação da Sterling Cooper Draper Pryce, não só tem a Lucky Strike como cliente, como também fuma os cigarros da marca. Ainda que não dê pra vincular diretamente um fato ao outro, foi o que o britânico The Telegraph fez e constatou: desde a estreia da série, em 2007, as vendas de Lucky Strike aumentaram em 10 bilhões de maços anuais.
Se o tema “publicidade e cigarro” já é pra lá de polêmico, quando storytelling e product placement entram no meio, a discussão ética fica longa demais para um só post. Fato é que a inserção contextualizada de um produto considerado tão nocivo à saúde gera questões para as duas faces da moeda.
Por um lado, usar o poder de persuasão de uma boa história como Mad Men em prol do fumo pode parecer errado.

Por outro, proibir a inserção do cigarro seria, inevitavelmente, sinônimo de censurar que boas histórias, como a de Mad Men, fossem contadas.
Como uma última tragada desse post, uma frase que ouvi certa vez de um defensor da liberdade na propaganda, de um Nick Naylor por aí:“proibir a comunicação e permitir o consumo é considerar a publicidade mais nociva à saúde do que o próprio cigarro”.
A pergunta que fica é: o que é mais perigoso, uma boa história ou o cigarro?

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