A narrativa transmídia do jogo Lord of The Rings Online


Há um tempo estou para escrever sobre este MMORPG, também conhecido como LoTRO o jogo transmídia do universo do Senhor dos Anéis leva os players de volta a Terra Média para aventuras fantásticas e a gente do blog a discussões intermináveis - perdi a contagem de quantas vezes discuti com o Fernando Palácios os aspectos desse game realmente intrigante.  Se quiser desbravar como os mistérios da narrativa do game acompanhe agora o post!
Lord of The Rings online é um jogo no estilo MMORPG, desenvolvido pela Turbine, e lançado em 24 de Abril de 2007 (na época chamado de Térra Média Online). O jogo narra acontecimentos que acontecem durante os acontecimentos de "O Senhor dos Anéis".  Isso significa exatamente que ele não é uma adaptação, você não vai acompanhar a exata história de Frodo e da Sociedade do Anel. Na verdade aí entra uma ótima estratégia de transmídia: a produtora contratou escritores especialistas na obra de Tolkien para costurar a trama entre a história principal. 
Algumas das várias perguntas que pensamos quando assistimos os filmes ou lemos os livros podem ser entendidas durante o game. O que Radagast o castanho realmente estava fazendo que não pode se juntar a Gandalf na batalha direta contra Sauron? Pois é, no game você descobre isso e passa um bom tempo ajudando ele em suas quests.

O player se torna um tipo de suporte para a saga da Sociedade do Anel, resolvendo problemas para abrir caminhos e aliviar a barra dos bravos heróis e pra que tudo isso funcione de maneira progressiva, as missões foram dispostas nas Quests Épicas divididas em 15 livros.  Realmente a falta de Tolkien escrevendo esse caminho entre sua história original faz uma grande diferença, mas dá pra aproveitar muita coisa e se divertir bastante.


Já no primeiro livro "Shadows of Angmar" você começa a encontrar humanos leais ao inimigo e ajudar Aragorn a impedir que suas forças aumentem. Essas missões somada ao todo da obra de Tolkien torna seu conhecimento sobre a Terra Média uma experiência sem igual.  Toda sua visão é enriquecida com os fatores sociais do tipo conflitos dos povos da Terra Média e quem está por trás da corrupção de cada lugar e cada personagem.

A noção geográfica do mundo também vem a tona, mas isso é uma característica natural de jogos como este. Após um tempo desbravando o mapa é provável que você desenvolva um senso de localização, mas nessa hora a transmídia volta a fazer toda a diferença. Um simples rio que você estaria atravessando a cavalo se torna aquele rio em que Arwen invocou a correnteza em forma de cavalos para levar os cavaleiros Nazgûl para longe e então você percebe que está andando perto das terras antigas dos Elfos. Tudo o que você conheceu antes passa a fazer sentido e a tornar sua experiência com o game melhor.
Ou quando você está em uma instância fora da Quest Épica defendendo uma Torre de vigília contra um Nazgûl e vem a memória que é exatamente a mesma torre aonde Frodo foi ferido pela espada de um dos cavaleiros negros no primeiro filme. 
Só que não adianta ter uma bela história dando suporte para tudo se você não consegue conta-la e criar a emoção e nesse ponto também gosto da Narrativa incorporada de Lotro. (já falamos desse tipo de narrativa por aqui). A remediação da cenas, ambientes e personagens dentro deste game é um caso a parte. Ela intensifica realmente nossas memórias a cerca da obra de Tolkien e agrega esse sentido a experiência do game.  Quando lemos ou assistimos o caminho que Aragorn faz até Rivendel podemos perceber suas dificuldades, não é uma subida fácil é bastante hostil e em certo trecho da conversa com Sam podemos perceber que era um lugar tomado por Ogros e eu convido vocês a experimentarem este mesmo caminho no LoTRO para perceberem que a sensação deve ser a mesma que Aragorn tem viajando a cavalo - aliás se gosta de desbravar o mapa em games de RPG se prepare, pois as viagens em LoTRO podem ser bastantes longas.


Mas não há nada mais dramático neste game do estar sozinho entrando em uma instância cheia de Uruk Hai, marcados de mão branca conversando com algum Nazgûl e quando você se aproxima as bordas da tela ficam claras como se estivessem queimando, mas no fundo você sabe que é porque está sendo observado pelo senhor das trevas Sauron.  Acredito mesmo que a sensação que alguns dos heróis na história original sentia era essa mesma que podemos sentir quando isso ocorre no game.

Existe um problema com a ordem cronológica dos acontecimentos, entre a morte dos anões em Moria (por exemplo) e a chegada da Sociedade do Anel nessas minas. Mas particularmente eu acredito que a não existência de um ritmo progressivo e controlado dentro de jogos de MMORPG ajudam a compensar (um pouco) esse conflito. Afinal você pode passar horas em uma cidade e sentir que isso é alguns meses antes de voltar para a Quest Épica.  Mas LoTRO ainda está longe de ter a narrativa perfeita para os jogos, porém ainda consegue conquistar bastante gente. Esse gênero de jogos no geral está passando por uma certa crise de narrativa e estão tentando se adaptar ou mudar sua forma de contar histórias... e nós acompanhando por aqui.

Quem curtiu e quiser jogar basta acessar http://www.lotro.com/en

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