Um fim digno para boas histórias



Semana passada eu terminei um relacionamento de 1 ano e meio. No mesmo dia, vi 300: a Ascensão do Império. As duas coisas estão relacionadas? Óbvio que não. Mas, talvez, uma sirva metaforicamente para explicar a outra.



Pare tudo o que você estiver fazendo por um momento e preste atenção nesse post. Ele pode te ajudar muito caso você esteja em um relacionamento como o que eu estava, ou, pelo menos, te dar mais uma boa dica sobre Storytelling.

Relacionamentos amorosos muitas vezes podem ser vistos como histórias. Algumas dessas histórias são cômicas, outras trágicas. Algumas são lindas, outras desastrosas. E algumas são tão boas que precisam de continuação, já outras não.

O caso de 300: a Ascensão do Império é o perfeito exemplo de uma história que não precisava de continuação. Enquanto eu via o filme ao lado da minha futura ex-namorada, senti como se assistisse o Leônidas ser estuprado durante duas horas na minha frente, sem que eu pudesse fazer nada. Sério, na minha opinião, foi o pior filme que eu já vi, enquanto seu antecessor foi um dos melhores.

Isso tudo me lembrou o começo do meu relacionamento. Foi uma história linda, muito linda mesmo. Mas, infelizmente, não foi uma história destinada a ser de longa duração. O tempo e as diferenças foram definhando meu relacionamento aos poucos, e o que me mantinha junto da minha ex-namorada no final de tudo nada mais era do que o medo de tentar algo novo e a segurança de continuar com algo que já tinha dado certo uma vez.

Me pergunto se é isso o que muitos roteiristas e criativos sentem quando persistem em uma história que já deveria ter acabado. A ideia de persistir em um relacionamento fadado ao fracasso é tão relevante quanto à ideia de substituir os 300 de Leônidas por um bando de atenienses escrotos e babacas. Ou de continuar Two and a Half Men sem o Charlie.



Encerrar essas histórias teria sido muito mais digno do que o que fizeram com elas. A lembrança teria sido mais bonita. E revê-las de novo seria muito mais divertido. Foi com esse pensamento que eu terminei meu namoro. Pensando que não era justo arruinar uma história tão linda por medo de tentar uma coisa nova. E hoje, depois de um período de dor e sofrimento, estou bem. E melhor: estou feliz com a minha decisão.


Por isso, meu caro aspirante a Storyteller, deixo o meu conselho aqui para você: saiba quando e como terminar suas histórias, sejam elas dentro ou fora do mundo da imaginação. Você pode começar novas histórias muito mais bonitas. Ou simplesmente dar um fim digno para uma história antiga.

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