Penny Dreadful, a volta do Horror à TV
https://www.storytellers.com.br/2015/08/penny-dreadful-volta-do-horror-tv.html
Isso era refletido, claro, no cinema. Foi uma época de ouro para os estúdios da Universal e seus personagens como Drácula e Talbot (O Lobisomen). Porém, os avanços tecnológicos impactaram definitivamente esse cenário; As pessoas passaram a crer menos que cérebros poderiam viver em redomas... (triste). E Horror sofreu grandes transformações, chegou a fazer comédia, apelou para escatologia, sexo e tudo o que podia.
Mesmo assim parecia que esse universo gótico não estava funcionando da mesma forma. Parecia, afinal, mesmo que a Universal não consiga mais reunir todos seus monstros (leia aqui o começo de uma nova tentativa) recentemente me deparei com uma série que foi bem capaz: Penny Dreadful.
A série criada por John Logan e Sam Mendes (The Hollow Crown) é uma coprodução americana (Showtime) e britânica (Sky Atlantic) que foi exibida no Brasil em pela HBO e Netflix - o último, apenas dispõe da primeira temporada. O nome tem história, significa algo como um centavo de horror ou um centavo horrível, derivado de um tipo de publicação barata no século XIX.
[ A SEGUIR SPOILERS ]
A Série começa quando Sir Malcolm Murray , um explorador Inglês, procura desesperadamente por sua filha, após ser carregada por um demônio. Ela conta com ajuda da amiga de sua filha (e causadora de todo seu infortúnio) Vanessa Ives e o pistoleiro Ethan Chandler. Durante os episódios ambos se deparam com dezenas de figuras clássicas da literatura de horror. Dr Frankestein é um tipo de consultor para o time - que em vários momentos me lembra a Liga Extraordinária de Alan Moore
Ela não deixa de lado os elementos que acompanham o gênero por gerações: O sangue, o sexo e o terror psicológico ainda residem de maneira brilhante e pertinente. Perto do final da primeira temporada existe uma sequência de dois episódios em que Vanessa desperta sua possessão, após uma noite com o Dorian Gray, que também sofre com seus próprios diabos. Logan usou a primeira temporada para construir o que ele chama de família; "Agora temos todas as peças no tabuleiro e podemos começar a jogar."
A fantasia é intensa nessa Londres Vitoriana, não se tenta explicar a origem das coisas... não, pelo menos nesse momento. Apenas sabe-se que nos cantos mais escuros as sombras de movimentam para subjulgar homens. A terceira temporada logo estará chegando e eu preciso me atualizar da segunda para acompanhar. É uma história que vale a pena acompanhar, porém deixe de lado a origem conhecida dessas figuras monstruosas (a Universal tem direito a todas, praticamente) e se abra para uma ressignificação, muito bem feita.