Jessica Jones: Uma história legítima de super heroínas


Já repararam que a maioria das heroínas da cultura POP, não passam de homens enfeitados? Explico: Elas seguem uma jornada toda masculinizada, baseado em porrada e destruição.  É como se fossem versões femininas de plots dos heróis marombados.

Nos games modernos esse comportamento é muito evidente. As personagens exibem grandes atributos sexuais e poucos conflitos femininos. Sim, mulheres tem seus próprios conflitos. Não estou dizendo que elas são mais fracas, apenas que elas não se comportam como homens, mesmo a face mais cruel de uma mulher é distinta. Olhe os noticiários, dificilmente uma obsessão sexual feminina vira um estupro... está mais para um jogo de sedução e estelionato.

Aliás o mundo real pode ser muito mais perigoso para mulheres do que a fantasia, em sumo elas ainda ganham menos do que homens e são violentadas de várias formas todos os dias.  Dói ter que dizer isso, mas essa cultura pop/nerd ainda é bem restrita para minorias e dá a impressão de que tudo é criado para a diversão dos homens.  Foi por isso que me surpreendi com o seriado Jessica Jones, lançado recentemente no Netflix.


Sinopse: Desde que sua curta vida como super-heroína acabou de forma trágica, Jessica Jones (Krysten Ritter) vem reconstruindo sua carreira e passou a levar a vida como detetive particular no bairro de Hell's Kitchen, em Nova York, na sua própria agência de investigações, a Alias Investigations. Traumatizada por eventos anteriores de sua vida, ela sofre de Transtorno de Estresse Pós-Traumático, e tenta fazer com que seus super-poderes passem despercebidos pelos seus clientes. Mas, mesmo tentando fugir do passado, seus demônios particulares vão voltar a perseguí-la, na figura de Zebediah Kilgrave (David Tennant), um obsessivo vilão que fará de tudo para chamar a atenção de Jessica.


O ritmo dos primeiros episódios podem parecer bem arrastados, eu até acho que demoraram demais para construir a personagem na tela, mas pode ter uma função: a tensão dramática.  O programa é sobre essa tensão.  Imagine se um homem fosse capaz de entrar na mente de uma mulher de tal maneira que ela fizesse tudo por ele, mesmo que ferisse seu senso de moral. Pense em uma mulher que passou anos tentando se libertar dessa prisão psicológica que castigava o senso de sua própria existência.  Olha, eu poderia estar falando da Jessica, mas estou narrando a saga de milhares de mulheres que leis como a Maria da Penha não são capazes de defender.

Killgrave, o vilão da série, dono de poderes psíquicos pode ser trocado por qualquer "marido, namorado, ficante, pai" que surge nos programas policiais da tarde.  Só que Jessica tem super poderes, ela pode erguer um carro, porém sua confiança não.  Na minha percepção essa série apresenta uma jornada de reconstrução dessa heroína. Existem outras mulheres fortes no programa e espero ver todas elas ganharem seu espaço, Jessica Jones fala sobre super heroínas legítimas. Do jeito que o mundo precisa.


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