O QUE TENTA ENGANAR NO STORYTELLING - 10 truques e floreios usados para fazer você aceitar a ausência de uma narrativa.

Da Série: Desvendando o Storytelling #Post 2
Veja o #Post 5: O QUE É STORYTELLING
Veja o #Post 4: O QUE PODERIA SER Storytelling, MAS AINDA É storytelling
Veja o #Post 3: O QUE TODO MUNDO DIZ SER STORYTELLING
Veja o #Post 1: O QUE NÃO É STORYTELLING
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A Entrega



Lívia abriu a porta e viu aquela caixinha familiar que recebia todas as semanas. Era rosa, com uma fita prateada, suas cores preferidas. Pegou o pacote e o colocou na cozinha, já imaginando as trufas que estariam lá dentro, junto da carta de amor que ele sempre lhe escrevia. Nem ela tinha tanta criatividade para tantos poemas. Ela estava feliz. Eles pertenciam um ao outro e nada podia atrapalhar seu amor. Em um ano, se mudariam para o mesmo apartamento, e dali a seis meses, casamento. Satisfeita, Lívia abriu seu pacote, e, como esperava, lá estavam as trufas de maracujá e morango ao lado de sua carta perfumada. Ela suspirou apaixonada, beijando o papel com delicadeza. Abriu a caixa de chocolates, e então lhe surgiu a dúvida: Qual sabor comeria primeiro?


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O texto “A entrega” não é Storytelling, porém tem o poder de mexer com o imaginário das pessoas ao trazer um artifício familiar. Consiste na utilização de personas representadas desde os tempos da Comédia Dell’Arte:  Os enamorados. Por ser um tema que traduz o desejo de diversas pessoas, consegue ganhar popularidade, mesmo sem ter uma narrativa forte por trás. 

Veja quais artifícios são usados para disfarçar a ausência de história e como são usados hoje em dia.

1. Um casal de apaixonados


Pode ser utilizado como apelo funcional ao público, como em comerciais de produtos diversos. Um exemplo são os comerciais de chocolate, que fazem uma abordagem mais romântica. Normalmente nesses comerciais, não há nenhum conflito e tudo funciona perfeitamente, sem nenhum empecilho.


2. Animais ou bebês


Quem nunca passou um tempo considerável vendo vídeos no Facebook sobre animais ou bebês fazendo o que fazem de melhor: sendo fofos?  Apesar de também não apresentar uma narrativa, esses artifícios funcionam, já que cativam uma grande audiência.



3. Muita ação e efeitos especiais


Alguns filmes de ação parecem ter gastado todo orçamento com o After Effects e cenas de destruição, esquecendo-se da importância de um roteiro consistente. Os resultados são personagens sem conflitos, escolhas sem sentido e fatos que não encaixam.



4. Gênero Sick Lit Crianças doentes ou qualquer coisa que faça te sentir culpado, se não gostar.


Artifício tipicamente usado pelas ONG’s. Ele funciona por tentar evocar compaixão por parte das pessoas e fazê-las ajudar em uma boa causa. No entanto, acabam atraindo pela tragédia, e muitas vezes se tornando inconvenientes, ao invés de explorar a comunicação de modo rico, através das histórias. 


5. O artístico demais – É tão artístico que acaba não dizendo nada.




Pode ser artístico? Pode. Pode investir em direção de arte e cenografia, deve. Funciona? Claro, mas depende para o quê. Se o objetivo for criar uma estética e uma atmosfera que represente o produto, está perfeito.. Mas estaria enganado a audiência se dissesse ser Storytelling.


6. O desabafo do escritor



Além das cenas em que o personagem resume o que aconteceu nos capítulos anteriores, ou explica para o público como está se sentindo ou conta sobre seu plano maligno, temos também algumas falas de personagem que expressam a opinião do autor sobre determinado assunto. O uso desse artifício é completamente perceptível, pois as palavras ditas não cabem na boca e caem no monólogo. No Storytelling, o personagem é tão bem trabalhado que parece ter vida própria independente de seu autor, de modo que podemos retirar os nomes dos personagens de um roteiro e ainda conseguir identificar quem está falando qual fala.


7. Usar atores famosos de filmes ou novelas conhecidas


Utilizar atores famosos é um dos artifícios mais manjados no entretenimento. Afinal, se é um filme com o Bradley Cooper deve ser bom. No entanto em filmes ou séries que dependem somente da reputação dos atores, a narrativa pode deixar a desejar, apresentando enredo e conflitos fracos.


8. Adaptar histórias que já funcionaram para campanhas publicitárias.




Pegar carona em uma história que já funciona, é um artifício com grandes chances de dar certo. Isso ocorre, pois as referências e o sentimento buscado pela marca já foram colocados pela história. Apesar de funcionar, torna-se perigoso se a marca tentar se adequar à história sem que essa faça sentido para a sua comunicação. O ideal é que a história se adeque a marca, ou seja, que a empresa crie suas próprias narrativas.


9. Usar metáforas visuais


As metáforas visuais traduzem um conceito em imagem de modo prático simples, para que a mensagem seja entendida imediatamente. São um tipo de artifício efetivo, dependendo do propósito da comunicação. No entanto, torna-se fácil de cair no clichê. É bonito, pode ser forte, mas não é Storytelling, já que não tem nem um personagem central, mas sim uma pessoa que poderia ser qualquer um. Podendo ser qualquer um, acaba sendo ninguém. E sabemos que a audiência só se relaciona com alguém.


10. Recorrer a mascotes 


Mascotes podem ser utilizados, mas devem ter um propósito. Criar um mascote apenas pelo simples fato de ter um, ou de ter um apelo mais visual não é um motivo forte o suficiente. Normalmente os mascotes sem propósito levam o nome de “Super-Nome Da Marca No Diminutivo” e não agregam nenhum contexto ao produto.


Reconheceu esses artifícios usados pelas marcas e pelas indústrias de entretenimento?  Quer saber como não usá-los na sua marca e construir uma narrativa forte e consistente capaz de criar maior engajamento?

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