STORYTELLING: SERÁ QUE EU CONSIGO?



- Luis, eu me interessei muito por essa coisa de storytelling, mas nĂŁo acho que eu consigo. - disse uma das meninas da minha sala de aula enquanto discutĂ­amos um texto que eu publiquei no grupo do face para ajudar na divulgação do prĂłximo curso de storytelling do CIC-ESPM. 

- Como assim, nĂŁo sabe se conseguiria? - perguntei genuinamente curioso.

- NĂŁo sei se eu consigo escrever uma histĂłria porque alguĂ©m mandou. Sabe? Tipo "escreve sobre isso ai..."- disse a menina como quem realmente pensa no assunto. 

- EntĂŁo, isso na verdade Ă© costume, prĂĄtica e algumas regras. Essa parte Ă© mais publicidade do que escrita, estĂĄ mais relacionado ao que chamamos de "storyplacement" e "productplacement" do que a narrativa realmente. Mas consegue sim, todos nĂłs conseguimos. Contar histĂłrias Ă© da nossa natureza, fazemos isso desde que se tornou possĂ­vel desenhar, falar e escrever, para transmitir conhecimentos e nos comunicar. É mesmo difĂ­cil lidar com o briefing, com essa coisa do "escreve sobre isso...". Mas eu acho que Ă© esse o desafio, escrever bem apesar dos limites que temos que seguir. 

Me lembrei imediatamente de um texto que li na internet enquanto pesquisava storytelling logo depois do primeiro curso que fiz. O texto dizia que um bom escritor e principalmente um bom redator, deve saber lidar com limites e nĂŁo adianta reclamar deles, ou achar que sĂŁo eles que seguram a criatividade. Na verdade esse texto me fez perceber que Ă© no limite que encontramos as ideias mais criativas. Afinal Ă© fĂĄcil pensar fora da caixa se a caixa estĂĄ desmontada. Os limites servem para que possamos contornĂĄ-los e provarmos que somos criativos mesmo com pouca liberdade. Como diz um amigo meu "as melhores mĂșsicas brasileiras foram escritas durante a ditadura porque os mĂșsicos trabalhavam o dobro para driblar as regras." 






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