INVERTENDO OS PAPĂIS
Eu devo admitir que nunca fui uma pessoa muito visual, nem nunca me aventurei pelo mundo das artes plĂĄsticas. Sempre achei bonito e sempre quis saber desenhar, mas apenas isso, apenas uma vontade adolescente que vira e mexe volta a me assolar em dias de garoa e poucas palavras. Algumas imagens, principalmente fotografias, me chamavam a atenção, mas sempre por causa de alguma coisa que eu nunca consegui entender, algum tipo de curiosidade difĂcil de controlar sobre aquele momento eternizado pelo pintor ou pelo fotĂłgrafo.
Quando descobri minha paixĂŁo pela escrita e comecei a me jogar cada vez mais dentro de livros, blogs, textos e filmes eu percebi, meio que de maneira inocente que a escrita Ă© visual e que o leitor deve conseguir imaginar a partir de suas referĂȘncias pessoais o mundo que o escritor criou. Comecei a encarar as narrativas como quadros, um sequĂȘncia de imagens como em um filme, construĂdas apenas com palavras, significantes e significados montando um universo de engenharia completa. Essa minha visĂŁo surgiu bem antes do storytelling entrar na minha vida, mas quando conheci a escrita de narrativas para a publicidade acrescentei tĂ©cnica aos meus "quadros mentais" construĂdos a partir das imagens escritas por Carrol, Douglas Adams e muitos outros. Foi apĂłs conhecer o storytelling que entendi o importante papel das perguntas durante a criação de uma narrativa, por exemplo.
O vĂdeo abaixo me chamou a atenção e me convenceu a virar post por dois motivos, sendo que o primeiro Ă© a simples inversĂŁo de papĂ©is, ao invĂ©s de criar a imagem mental para a narrativa, criar a narrativa para a imagem mental. Segundo que o processo criativo apresentado, algo meio que "perguntas e respostas" Ă© uma tĂ©cnica Ăștil e bastante usada para escritores em momentos difĂceis de suas obras. Vale a pena ver o vĂdeo e terminar o feriado pensando em belas imagens e palavras.
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