STORYTELLING: É MODA QUE LOGO PASSA?



Já vi muita gente por ai dizendo que storytelling é moda, que vai passar e que logo surge uma coisa nova. Quanto ao último ponto do discurso eu me sinto obrigado a concordar, acredito que logo surge algo novo, mas antes disso tenho que corrigir uma só palavra do que foi dito na primeira frase, já que storytelling não "é" moda, storytelling está na moda. Realmente está e podemos provar essa teoria quando vemos agências grandes como África, DM9 e outras buscando um pouco mais sobre essa história de contar histórias. 

Toda vez que penso nessa moda me lembro de um dos meus primeiros cursos de storyelling lá na ESPM, quando, no meio de uma aula, um querido colega levou todos os presentes a uma reflexão que persiste sem resposta até hoje: "mas e se todas as marcas começarem a contar histórias? Não vai saturar? Uma hora não vai faltar história para contar? Perder efeito?" 

Duas coisas ai são importantes, a primeira é que a pergunta que não quer calar surgiu de um exercício natural do ser humano e essencial ao storyteller, o famoso "e se" e a segunda coisa a ser levada em consideração é que storytelling não é moda simplesmente pelo fato de contarmos histórias há anos, sempre na base de que "quem conta um conto aumenta um ponto", mas sempre mantendo as histórias vivas, passadas de adultos para crianças em cabeceiras de camas e ao redor de fogueiras do mundo inteiro. Afinal, histórias transcendem, de certa maneira, até mesmo os limites sociais que usamos para fazer planejamentos publicitários. 

Como reposta para essa pergunta eu diria que vejo o storytelling como o mercado cinematográfico. Que apesar de viver suas crises e suas fases de "falta de criatividade", é ainda um dos mercados que mais movimenta dinheiro no mundo todo e eu não acho que ninguém possa dizer que todos os filmes que deveriam ser feitos já foram feitos, ou que todos os livros que deveriam ser publicados já foram publicados. Acho mesmo que quanto mais histórias decidimos contar, mais e melhores histórias teremos que contar no futuro. Quanto ao pensamento de que vão "substituir" o storytelling eu só tenho a dizer que contar histórias não é algo novo e que se a publicidade aprender a fazê-lo muitas marcas terão seus universos distribuídos por muitos anos. Quanto mais perto de um produto cultural melhor é o seu storytelling, transformar marcas em símbolos que serão transmitidos em cabeceiras de camas e fogueiras do mundo inteiro tem que ser o objetivo de todo storyteller. 

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  1. Concordo Luis...acho que contar histórias é algo atemporal...impossível de saturar. Em relação a pergunta: E se todas as histórias forem contadas?

    Acho que se esse dia chegar, não teremos mais necessidade de continuar por aqui...não teremos mais razão para existir...

    Pensando assim...até temos um bom PLOT para uma história de ficção...kkkkkk

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  2. Pois é Luís, eu sempre penso que esse "e se as histórias acabarem" poderia ser uma ótima história, mas ainda não tive tempo de desenvolver.

    Obrigado pela participação, é bom saber você acompanha o blog.

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  3. quando todas as histórias forem contadas, se é que isso será possível um dia, chegará uma nova moda, a do reconto. Porque o mesmo conto é contado diferente por cada storyteller... :)

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