JOÃO E MARIA: DE CONTO DE FADAS A CONTO DE BRUXAS

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Logo
de cara o filme “João e Maria: Caçadores de Bruxas” já nos da uma prévia do que
não iremos ver: João e Maria. Se você esperava assistir ao filme para reviver a
clássica história da sua infância, saiba que ela ficou no passado junto da
inocência dos dois personagens principais da história.
Os irmãos João e Maria são agora dois
implacáveis caçadores de bruxas que, contratados pelo prefeito de um pequeno
vilarejo, vão em busca das várias crianças desaparecidas na cidade. Valentes e
imperdoáveis com as maléficas bruxas, eles pouco lembram e até decepcionam quem
se recorda das crianças que eram na clássica história. É quase como ver Macaulay Culkin em “Esqueceram de
mim” e nos dias de hoje.
Junto a “Oz: Mágico e Poderoso”, “João e Maria”
se enquadra nas recentes produções que se basearam em clássicos literários
infantis, adaptados para as telonas do cinema. Ainda que isso não signifique a
escassez de boas histórias nos roteiros atuais, o filme do diretor Tommy
Wirkola alerta para uma delicada realidade na ressignificação de histórias
clássicas da literatura: a quebra do imaginário coletivo em detrimento da
história original.
Quem consome a história dos irmãos na telona,
com todos os artifícios e tecnologia que a sétima arte permite, vive menos
tensões e dúvidas sobre o sucesso dos protagonistas do que quando ouvia a história
da boca de sua mãe. E isso em nada tem a ver com a inocência e a fantasia da
infância.