PRODUÇÃO NACIONAL DE QUALIDADE: EM BREVE NOS CINEMAS


Passa o tempo e só os mais críticos ainda conseguem ser firmes em dizer que não gostam de filmes nacionais. As opçÔes se diversificam cada vez mais e o resultado de tudo isso é visto nas bilheterias. Em comparação ao primeiro semestre do ano passado, as bilheterias de produçÔes nacionais saltaram 280% em 2013.

Ainda que a imensa maioria nĂŁo varie o bastante alĂ©m de comĂ©dias produzidas pela Globo Filmes, sĂŁo cada vez mais frequentes gratas surpresas como “O Som ao Redor” de Kleber Mendonça Filho ou “Elena” de Petra Costa. Para somar, a recente lei que obriga a todos os canais que transmitem, seja em rede aberta ou fechada, ao Brasil terem uma cota de programação nacional tambĂ©m parece querer alavancar a produção brasileira.


Por outro lado, e aqui entra a opinião do aprendiz de storyteller que voz posta, nem tudo ainda são flores nas telonas nacionais. Parte dos 13 milhÔes de ingressos que representaram os 280% de crescimento nas bilheterias é composta por 2 filmes em tributo a obra de Renato Russo. Destes, parte menor ainda, 2 ingressos meia-entrada, representam a minha cota e insatisfação em relação ao promissor cinema nacional.

A tĂ­tulo de comparação com o cinema argentino, jĂĄ que adoramos nos por a postos com os “Hermanos” em tudo, produçÔes que, mais do que vender bilhetes, tem um profundo significado a transmitir (como “O segredo de seus olhos” de Juan JosĂ© Campanella ou “Medianeras” de Gustavo Taretto) ainda se reduzem a exceçÔes no Brasil. Boa parte disso se deve ao roteiro. HĂĄ nĂŁo muito tempo o, por vezes visionĂĄrio, publicitĂĄrio Nizan Guanaes publicou em sua coluna na Folha de S. Paulo um texto afirmando que o roteirista seria uma das profissĂ”es do presente em nosso paĂ­s. Como dissemos por aqui, mal ou bem sabia ele, o tema de sua redação naquele texto era nĂŁo mais que o storytelling.

Verdade Ă© que no Brasil, seja na publicidade, no cinema, ou na publicidade no cinema, ainda temos muito que evoluir. O storytelling, porque nĂŁo, Ă© o caminho para essa jornada. Por hora, o que temos de mais otimista a se vangloriar nesse meteĂłrico primeiro semestre de bilheteria Ă© a aceitação do pĂșblico brasileiro, o que inclui atĂ© alguns nĂŁo simpatizantes da produção nacional, a uma boa histĂłria.  

ComentĂĄrios

Postar um comentĂĄrio