Por que as pessoas estĂŁo fanĂĄticas por Pokemon Go?



Nesses Ășltimos dias muita coisa se falou nas redes sociais e nos portais de notĂ­cias, todos seguiam corriqueiramente seu plano editorial atĂ© que um evento chamou a atenção e fez muito jornalista abandonar a pauta para pegar o celular. Pokemon Go era uma febre, maior do que Tinder, Twitter e com perspectivas maiores do que o prĂłprio Facebook.

O jogo dos monstrinhos em realidade aumentada nem chegou ao Brasil e jĂĄ tem operadora pensando em oferecer um pacote especial para quem aderir a seu plano. Mas por quĂȘ? Por que esta todo mundo tĂŁo ofegante assim com esse aplicativo?

Claro que Ă© arriscado e petulante tentar uma resposta unilateral, mas tenho algumas ideias e convido vocĂȘs a explora-las agora:

A realidade aumentada jĂĄ existia

A Niantic, produtora do app, jĂĄ era conhecida pelo jogo “Ingress”, que desafiava os usuĂĄrios a explorar suas vizinhanças e reivindicar territĂłrios.  Ele alcançou chegou a ter milhĂ”es de jogadores em todo o mundo, mas nĂŁo era o bastante. ApĂłs um sucesso repentino de uma ação do Google,  um jogo ande as pessoas encontrarem pokĂ©mons pelo aplicativo do Google Maps, a Niantic resolveu se aproximar da Nintendo para oferecer a ideia do Pokemon Go. 

A gente sabe que um bom jogo sĂł alcança o notoriedade se surpreender com seu desenvolvimento. E eles jĂĄ tinham algo surpreendente, mas precisavam preencher com algo poderoso. E pokemon sempre foi. 

Pokemon desperta a nossa vontade de colecionar coisas

Me lembro quando o desenho chegou na TV aberta, era dĂ©cada de 90. No final ele cantava um Rap, o Rap do Pokemon que ensinava vocĂȘ o nome em ordem dos 150 principais monstrinhos. Eu podia reproduzir isso por anos, cantava a cada episĂłdio. 

As pessoas se desafiavam em testes e RPGs, toda a garotada queria ser uma Pokedex (agenda pokemon) ambulante. Só que vieram mais produtos licenciados e a febre estourou: Tazo, Mclanche, RPGs, Miniaturas, Cardgames, Tabuleiros... era um terreno fértil para construir uma franquia de colecionåveis.

O nĂșmero de monstros aumentava junto com o enredo principal

Ash Ketchum era um garoto de 10 anos, sem pai e com um Ășnico propĂłsito na vida: ser um mestre Pokemon.  A narrativa ia se desdobrando de modo em que a audiĂȘncia descobria o mundo ao mesmo tempo que o protagonista.  Era muito didĂĄtico e serviu para fazer cada fĂŁ entender bem dos poderes, fraquezas e afinidades que os vĂĄrios monstrinhos desenvolviam.  O universo ficcional cresceu e resultou em mais de 700 variaçÔes de Pokemons.  Um fĂŁ pode escolher o seu preferido, suas evoluçÔes e criar grande afinidade com sua histĂłria.



Se engana quem achar que nĂŁo havia narrativa pra entregar tudo, vejam os nĂșmeros: 
 + 18 sĂ©ries de mangĂĄs
 +17 ĂĄlbuns de som com mĂșsicas pokemon
+16 filmes

Pokemon Ă© a sĂ©rie de desenho com o maior nĂșmero de filmes jĂĄ produzidos, eram 18, mas o sucesso do app jĂĄ despertou um novo interesse de Holywood para a franquia. 

Um dos melhores jogos jå lançados

Reforço que Pokemon nĂŁo acertou apenas na construção do seu universo ficional, mas na entrega dele ao pĂșblico. Sempre sendo ovacionado e gerando uma grande audiĂȘncia. 



NĂŁo foi diferente no gameboy, nĂŁo atoa a franquia Ă© considerada a segunda franquia de jogos mais bem sucedida e lucrativa do mundo, perdendo apenas para o Mario. Com uma mecĂąnica simples de RPG vocĂȘ podia embarcar em uma jornada romĂąntica atravĂ©s do game boy, enfrentar todos os lĂ­deres de ginĂĄsio e capturar a maior diversidade de Pokemon possĂ­vel.   

As versĂ”es clĂĄssicas Red, Green e Blue completam 20 anos agora em 2016 e vĂŁo ganhar um reboot. Muitas outras vieram e inseriam sidequests ou novas batalhas, mas o segredo do sucesso nunca mudou: capturar pokemons, de preferĂȘncia os raros - e atĂ© hoje sempre que posso instalo direto no android pra relembrar as aventuras. 

Mesmo longe da TV aberta brasileira, graças ao TCG (Card Games) Pokemon movimentava vĂĄrios campeonatos, com seletivas para o mundial. A deste ano acontecerĂĄ em San Francisco. 



Os fãs desejavam uma revolução digital

É verdade que nos Ășltimos anos a Nintendo nĂŁo conseguia mais entregar um jogo a altura para toda essa comunidade. VĂĄrias versĂ”es indies estavam circulando a web, releituras da mecĂŁnica do Game Boy.  Muitos pediam um MMORPG ou algo que pudessem criar disputas, porque o legal mesmo Ă© treinar seu monstrinho e desafiar os amigos. 

Se jĂĄ era desejado com certa euforia um jogo oficial para criar batalhas pokemon em qualquer plataforma, imaginem uma com realidade aumentada.  Percebam, a maioria dos fĂŁs brasileiros sequer pode experimentar o gameplay do app, mas vai ao delĂ­rio no twitter contando as horas esperando o lançamento como quem espera um messias. Foram duas semanas que dobraram as açÔes da Nintendo, mas lendo o post podem perceber quantos anos de narrativas foram necessĂĄrias pra esse resultado? Esse Ă© o poder de Pokemon, o mito. 

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