A JORNADA DO INOCENTE


Dentro de algumas horas mais uma premiação do Oscar acontece no antigo Kodak Theatre, em Hollywood. Quem gosta de cinema e gosta de pôr suas opiniões à prova, sabe que em 2014 o páreo não está fácil. Nos momentos mais esperados da noite, na hora do famoso “and the Oscar goes to”, nomes como Christian Bale, Leonardo di Caprio, Sandra Bullock e Meryl Streep estarão disputando pelos principais prêmios da noite. Em meio à tamanha lista de peso, surge uma questão: 
Há espaço para inocentes na premiação do Oscar?
Voltando no tempo entre as premiações da Academia, estamos no ano de 1995. Em meio a grandes indicações para melhor filme, como Pulp Fiction e Um Sonho de Liberdade, nomes de renome para melhor diretor, como Woody Allen e Quentin Tarantino, e monstros da atuação para melhor ator, como Morgan Freeman, Paul Newman e John Travolta; era outro o nome que se destacaria ao fim da noite.


Tom Hanks como Forrest Gump, no filme que leva o mesmo nome, é o perfeito arquétipo do inocente. Marcado pela pureza e por um otimismo quase que utópico, o inocente conquista (ao menos para o autor que vos fala) pela forma simples com que vê o mundo ao seu redor. Numa analogia a tão compartilhada Jornada do Herói de Campbell, podemos dizer que em filmes como “Forrest Gump” temos a verdadeira Jornada do Inocente.
Mas o que isso tem a ver com a premiação do Oscar em 2014?



Quase 20 anos depois de “Forrest Gump”, entre – mais uma vez – grandes nomes no páreo como Meryl Streep e Cate Blanchett para melhor atriz, Christian Bale e Di Caprio para melhor ator, Steve McQueen e Scorcese para diretor e superproduções como Gravidade para melhor filme; mais uma vez 2 personagens inocentes merecem atenção na premiação.
Judi Dench como Philomena no filme de mesmo nome e Bruce Dern como Woody Grant em “Nebraska” são dois ótimos representantes do arquétipo do inocente, bem como seus filmes retratam o que seria a verdadeira jornada de um personagem inocente. Com conceitos bastante semelhantes, ambos retratam idosos que decidem, ao fim da vida, ir atrás do que, de uma forma ou de outra, sempre sonharam em ter.
Ainda que “Nebraska” e “Philomena” possam não levar uma estatueta sequer na noite de hoje, e esse texto só sirva como prova dos palpites do autor que vos escreve: “Que belo inocente, esse Pedro! Apostando nos mais improváveis!”; a resposta para a pergunta do começo do texto, “há espaço para inocentes na premiação do Oscar?”, estará respondida com a mesma certeza desde 1995: Sim!

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