AS DICAS DE ESCRITA DE WILLIAM BONNER
Sem ideia para uma boa histĂłria? Ligue a tevĂȘ no Jornal
Nacional e substitua o “boa noite” do William Bonner por “era uma vez”. O
prĂłximo grande best-seller pode estar lĂĄ, a espera de um autor.
A verdade Ă© que enquanto tentamos mĂ©todos, tĂ©cnicas, drogas e mantras para brotar uma grande ideia – que floresça e dĂȘ bons frutos – elas nos rondam a todo tempo e por todos os lados. Abra um jornal, um portal de notĂcias, uma revista de fofocas e veja: tĂŁo rico de ideias quanto a cabeça de qualquer de grande escritor.
Isso porque a origem das boas ideias estå na percepção de
quem as pensa.
Nelson Rodrigues Ă© autor de um apanhado de textos reunidos em um livro chamado
“Ăbvio Ululante”. O termo rodriguiano se refere ao mais que Ăłbvio, Ă quilo que
tanto estĂĄ na nossa frente que jĂĄ nĂŁo o vemos mais.
As melhores ideias nascem mais ou menos assim. Para
enxergĂĄ-las Ă© preciso de uma lente macro. As boas histĂłrias estĂŁo sempre nos
detalhes.
Logo, nĂŁo hĂĄ desculpa, jovem escritor. Se a sua praia sĂŁo
histĂłrias policiais, ligue no Datena assim que chegar em casa. Se prefere as
conspiraçÔes, se inspire na Veja. Se a
ficção cientĂfica faz mais o seu estilo, leia a Scientific American.
Enquanto os nossos avĂłs reclamam que no jornal sĂł tem notĂcia
ruim, nĂłs sabemos que toda histĂłria precisa de um conflito. E afinal, se o sĂĄbio
Vargas Llosa diz que dentro de toda ficção hå uma grande verdade, qual é o universo
ficcional melhor do que nosso prĂłprio mundo real?
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