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STORYSKILLS - 7 Habilidades de Storytelling que Você Precisa Dominar (Mesmo Sendo Iniciante)


 Dentro das suas metodologias de desenvolvimento pessoal você tem algo de Storytelling?


Pergunto isso já que entre as tão faladas soft skills, storytelling sempre tem um lugar de destaque, ainda assim não é tão fácil de encontrar quem saiba fazer e ensinar sobre o tema.


Na última década ministrei algumas centenas de treinamentos in-company. 


Os 5 temas mais requisitados foram:


💼B2B Story: como estruturar a narrativa para uma venda técnica ou de um projeto interno. Só na Yamaha foram mais vinte turmas.


💊B2C Story: quais histórias contar e qual ordem usar para a venda de um serviço ou produto. Indústria farmacêutica foi a que mais contratou e a Nike foi quem demandou a versão mais completa. 


🍷Date With Data: quem diria que um relatório numérico seria capaz de encantar? É só seguir os mesmos passos de convidar alguém pra um jantar romântico. Empresas de TI se esbaldam, mas o Itaú foi quem mais repetiu.


📝Mestres das Escritas: nem todo texto é igual. Do literário ao acadêmico, cada um tem seus macetes. Juntando todos eles, podemos criar a melhor campanha de marketing que a empresa já viu em questão de horas. As empresas de mídia e eventos são gamadas nessa oficina.


🧭Storyship: basta escolher as histórias corretas que um líder se torna capaz de inspirar seus colaboradores em palestras, transmitir a cultura da empresa no dia a dia e a influenciar as mídias e as redes com sua visão.


O mais legal é que são metodologias autorais e exclusivas, criadas no Brasil e que já foram inclusive exportadas para mais de uma dezena de países.


O mais importante é que essas metodologias são práticas, facilitadas com mão na massa e “learn by burn”. Os participantes encerram todos eles com uma entrega pronta: seja um roteiro de uma apresentação ou um script de vendas.


Poderia passar horas escrevendo, mas acho que já me alonguei na mensagem de introdução. Se quiser continuar a conversar sobre os cursos, só falar qual deles mais interessa, que dou os detalhes. 


Abraços do Palacios


Transmídia Storytelling, esse incompreendido



Entrevista sobre Transmídia Storytelling publicada originalmente para o portal Trespontos


Sobre Fernando Palacios: No meio do caminho entre um passado de publicitário e futuro de romancista, junta as duas coisas como transmídia storyteller.

Isis – Transmedia storytelling é um termo ainda pouco conhecido entre os profissionais de comunicação. Fale um pouco sobre este conceito e sua importância no cenário atual.
Fernando – É verdade, o termo é ainda uma criança: não tem uma década de existência. Foi cunhado por Henry Jenkins, professor de estudos de mídia do MIT. Ele se refere ao ato de contar uma história ‘storytelling’ através de vários veículos de mídia ‘transmídia’. Talvez fosse o caso de simplesmente chamar de Transtelling…
Além de esquisito, o termo também é impreciso. Pode dar a idéia de replicar uma história em diferentes mídias. Mas não é isso. O princípio é simples. Imagine a história como o Sol e cada planeta do sistema como uma mídia. Todos os planetas se relacionam com a mesma fonte luz, mas cada qual na sua órbita e com seu ponto de vista.
Então talvez fosse o caso de chamar de deep mídia storytelling? Mas será que cabe story…TELLING? Hmmm… Por que não storyshaping? Ou ainda storymaking, storysmithing, storycrafting, transmedia storyspreading… Afinal, mais do que contar uma história é preciso criá-la.
Seja como for, o pensamento por trás da terminologia trata de uma coisa muito nova… com outra das mais remotas: o encontro entre a comunicação nas cavernas com a tecnologia prevista típica das ficções científicas.
O ato de contar histórias acompanha – e até define – toda a humanidade como conhecemos. Mas não de uma forma estanque. Pelo contrário. Nosso corpo não sofreu nenhum tipo de evolução nos últimos séculos. Já o ato de contar histórias tem passado por muitas revoluções.
A preciosidade do transmedia storytelling é o que se pode chamar de ‘share de ouvidos e olhos’. Explico. Há 40 anos um economista chamado Herbert Simon previu um dos maiores problemas atuais: “O que a informação consome é um tanto óbvio, ela consome a atenção do seu receptor. Assim, a riqueza de informação cria a pobreza de atenção, e a necessidade de alocar a atenção de forma eficiente em meio às abundantes fontes de informação que irão consumi-la.”
A atenção é cada vez mais fragmentada e dispersa. E sem atenção é impossível transmitir uma mensagem. Não existe comunicação. Sem o processo de comunicação não tem marketing. Fica cada vez mais difícil vender idéias ou produtos. É disso que o transmedia storytelling extrai seu poder.
A semelhança entre quem ouve uma história, vê um filme e lê um livro é o fato de estarem todos compenetrados no enredo. Assim, quando se trata de histórias, ouvintes, audiência e leitores são todos atentos.
Isis – Você afirma que imaginar personagens e histórias o ajudou a ser um planner mais criativo em agências de marketing promocional. De que forma esta técnica pode ser útil para os profissionais que atuam nesta área?
Fernando – Imaginar um enredo ajuda a sair da página em branco. Além disso, pensar em personagens, artefatos, lugares ficcionais pode ajudar a preencher lacunas criativas. Outra possibilidade é usar um personagem para simular o comportamento de um target e, a partir disso, antecipar seu comportamento.
Vamos supor um briefing fictício sobre o lançamento de uma bebida energética premium, cujo diferencial é ser verde. Quando se trabalha com eventos, tem uma hora que qualquer evento é mais um evento. Começa ficar difícil para a criação encontrar algo que a entusiasme. Quando isso acontece, os eventos passam a ter detalhes bem pensados, mas sem nada de muito especial. É aí que uma história pode fazer toda a diferença.
‘Mas esse não é um evento qualquer… é a festa de aniversário do Sir John Preston, o sul-africano que domina o comércio de esmeraldas e que resolveu fazer uma grande festa de aniversário no Brasil, em homenagem a um grande amigo brasileiro. Aí vai contratar o que há de bom e do melhor no mundo para fazer disso um acontecimento inesquecível… ele vai chegar no ponto de desenvolver a melhor bebida energética de todos os tempos!’ Pronto, daí pra frente criar se torna uma grande diversão.
Isis – Na sua opinião, transmedia storytelling tenderá a ser mais utilizado em agências que trabalham com comunicação below the line, ou não?
Fernando – Minha experiência também incluiu agências online, ATL, culturais, de relações públicas, de marketing esportivo e em cada novo segmento fico mais convencido de que tudo em comunicação fica melhor com uma boa história. Inclusive, basta uma história de sucesso para se fazer verdadeiras fortunas. A agência que dominar a arte de criar e contar histórias certamente vai se destacar no mercado, seja BTL, ATL, digital e até mesmo nas mídias sociais.
O que não pode é confundir storytelling com a utilização de elementos narrativos. Criar um clubinho do ‘Super Sua Marca Aqui’ não é contar uma história. É bem menos simples do que isso.
Isis Poderia citar alguns casos de transmedia storytelling que considera interessantes?
Fernando - Aí depende muito. Mitologias são casos interessantíssimos, por exemplo. Imagine que a bíblia é uma coletânea de livros com diferentes histórias que se cruzam e que se expandem para subprodutos como afrescos, esculturas, narrativas orais e, além de tudo, permitem o paralelo com as histórias de vida de todos os fiéis.
Se pensar na indústria cultural o JJ Abrams é um gênio do Transmedia. Mesmo quando produziu um filme de baixíssimo orçamento para os padrões de Hollywood ele fez questão de investir em uma série de ramificações para a Internet e isso direcionou muito interesse para a película, que foi um sucesso de bilheteria.
Com relação às marcas de consumo, a Coca-Cola fez um trabalho primoroso de branded content com a máquina da felicidade. No Brasil, a iniciativa da Galera Animal da Nestlé chamou a atenção.
Isis – Neste momento, você está se dedicando a projetos autorais. Qual contribuição da sua experiência na área de comunicação em geral, e em transmedia storytelling em particular, nesta nova etapa profissional?
Fernando – Trabalhar com projetos autorais faz parte de um processo de amadurecimento. Primeiro tive que aprender a contar uma história, depois a criar um universo ficcional. Agora a bagagem de comunicação me dá uma vantagem.
Todo o mundo já deve ter visto um filme por acaso, amou e depois ficou pensando: como eu nunca tinha ouvido falar nele antes? Quanto desperdício criar um conteúdo genial e não fazer chegar às pessoas. A comunicação pode me ajudar a resolver esse dilema.
Nesse contexto, a experiência com transmídia storytelling pode tornar essa divulgação ainda mais interessante, a partir dos trechos da própria história. É usar o poder de envolvimento do storytelling, logo no primeiro contato com a audiência.
Veja mais sobre StoryTeller e temas relacionados no perfil Stories We Like no Slideshare.


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Histórias no cinema


Pra ser um Storyteller é preciso conhecer todo o tipo de história. Obrigatoriamente o repertório muda, muitas vezes para além do gosto pessoal. Mas com o tempo o gosto pessoal também muda.

Outra coisa que se altera é a rotina. Atividades como ler um livro ou ir ao cinema passam a ser uma espécie de obrigação, ossos do ofício como diz o outro. Mas um osso gostoso de roer, vale dizer.

Esse comportamento incomum acaba confundindo os cinemas, ou pelo menos quem os representa. A tarefa aparentemente simples de comprar os ingressos, torna-se complexa quando três pessoas abordam o caixa pedindo ingressos para dois filmes seguidos, no caso Iron Man e Speed Racer.

Ambos vieram de quadrinhos - um era Comics e o outro, Manga - e por isso têm certas semelhanças de linguagem e releitura que justificaram o double-deal. Mas apesar disso, quando chegamos à portaria descobrimos que o caixa havia emitido errado um dos ingressos, trocando Speed Racer por Indiana Jones. É verdade que assim como os outros dois, Prof. Jones não deixa de ser um filme revival, mas não era o caso.



Perdida, a moça da portaria não sabia o que fazer. Disse que havia fiscalização e que não poderíamos entrar no cinema com o ingresso errado - mesmo considerando que estávamos em 3 com 6 ingressos e apenas estava errado - e que também não poderia sair de lá. Ou seja, de volta à estaca zero, conversar com o caixa.

Iron Man foi o primeiro filme produzido pela Marvel Entertainment, que até então apenas vendia a licença de uso da marca para grandes produtoras. Eles apostaram nessa idéia (literalmente, já que tinham riscos de falência caso fracaçasse) porque queriam um filme mais fiel à história original. A escolhera não foi por acaso: Iron Man é uma das histórias mais inteligentes sobre super heróis.

Assim que acabou o filme, ao sair da Sala 6, reparamos em nossos ingressos que ela nos acompanhou: o Speed Racer seria lá mesmo. Para manter a tradição, as meninas foram ao toalete. E eu, que ia voltar à sala, fui barrado, e nem adiantou mostrar que havia estado lá antes e que tinha o próximo ingresso. No deal. Fiquei no corredor e abriram a sala para quem estava na fila. As meninas voltaram e entramos como se nada houvesse. Ironicamente, se por um acaso não tivéssemos os ingressos, dessa vez não faria a menor diferença.

Speed Racer é um anime japonês, mas que ganhou o mundo na versão americana. Considerando que é um filme dos irmãos Wachowski, não faltam e talvez até sobrem algumas cenas de luta e de ação em uma direção de arte eletrizante e muito colorida. Provavelmente só vai gostar quem era fã ou que cresceu jogando muito video-game... ou então quem for para prestar atenção na história, que foi contada de uma forma bem inteligente e dá pra entrar no universo Speed Racer rapidamente, mesmo sem ter assistido a um episódio sequer.

Apreciar uma boa história muitas vezes exige um pouco de experiência e um certo sacrifício do expectador. Falhas de continuação, buracos na história e cenas sem lastro com a realidade interrompem o processo de projeção. Mas com algum esforço é possível vivenciar o mundo do personagem e passar pelas mesmas emoções dele. Deve ser difícil encontrar alguém que nunca se emocionou - com pelo menos um nó na garganta ou uma lágrima desprendida da ponta dos olhos - assistindo a um filme. Mas caso seja encontrada, só há uma recomendação possível: assista a mais filmes, porque uma hora um vai falar com você; a partir daí o processo de projeção se torna mais fácil e o que era bom fica ainda melhor.

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O que é transmídia e que isso tem a ver com você



O conceito ainda está em formação, mas sem você saber já faz parte do seu dia a dia.
Se você é formado em disciplinas como Comunicação, publicidade ou afins, já escutou falar sobre o termo transmídia em algum ponto da sua formação. Caso tenha se especializado em outras disciplinas ou trabalha em áreas totalmente aleias à comunicação, provavelmente nunca tenha escutado sobre o termo, mesmo sendo impactado por ele no seu cotidiano.

Transmídia no seu dia a dia

Entenda-se por transmídia a maneira como uma história é contada; ou seja, o uso de diferentes mídias para contar partes de uma narrativa. Ao usar diferentes recursos para o consumidor interagir com a marca, abre-se um novo mundo para ele, uma vez que ele terá vários pontos de entrada para conhecer diferentes aspectos da marca. Ao mesmo tempo, a marca  conseguirá atingir mais consumidores.
Um ótimo exemplo de transmídia que talvez ajuda a entender o porquê esse conceito faz parte do nosso cotidiano é as adaptações de livros para formatos como filmes, gibis, desenhos ou seriados. O objetivo a levar essa história para outros formatos é facilitar a conexão com outros públicos, nem tudo mundo consome os mesmos canais, e cada mídia tem algumas vantagens que permitem aproveitar o melhor dela para colocar a mensagem de uma forma tão fluida que parece natural ao conversar com o consumidor.

Por que falar de storytelling e transmídia?

O ato de contar histórias evolui a passos agigantados, inclusive mais do que o corpo humano, até porque com as novas tecnologias e canais que têm revolucionado a sociedade, não tem como continuar com as mesmas estruturas antigas se quer ser competitivo no mercado. A atenção do consumidor hoje está fragmentada, isto já é um baita desafio para a indústria do marketing e a publicidade.
A questão é como manter esse consumidor atento, engajado e motivado? Não há uma única resposta, mas a união transmídia e storytelling podem ser uma alternativa, partindo da premissa que toda comunicação fica ainda mais interessante se for usada uma  boa história. Grandes da indústria do entretenimento como JJ Abrams já entenderam isso e esse é um dos segredos do seu sucesso como um dos diretores mais respeitados na indústria cinematográfica.

Cases

Já falando de marcas, Coca Cola entendeu há muito tempo que a transmídia storytelling era o segredo para tornar à marca mais próxima dos seus consumidores. Hoje, a marcar é tão próxima que assim você não consuma refrigerante é inevitável não lembrar do urso das propagandas de natal, das latinhas que vinham com os nomes das pessoas, dos caminhões que chegavam em qualquer lugar do mundo para levar a magica da receita.
Será que temos algum case nacional de transmídia e storytelling? Certamente sim, e são mais conhecidos do que acreditamos. Contudo, cabe ressaltar o trabalho do roteirista e diretor Rodrigo Mac Niven e sua obra Olympia, uma vez que podem se considerar como destaque nacional nesse quesito. O HQ  e documentário basearam-se nas situações que estavam se passando no Rio de Janeiro em 2013, ambos contam uma história sobre verdades humanas que são vivenciadas no dia a dia, só que toda a narrativa é bastante fantasiosa mantendo o espectador cativado nos dois formatos.


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Uma boa história pode alavancar seu negócio?



O storytelling tem tudo para potencializar todos os resultados da sua empresa, e o melhor só é preciso começar com uma boa história

Contar histórias é quase inerente a nossa natureza humana, mesmo que pareça o contrário quase todas suas conversões são um compilado de narrativas, umas mais cativantes do que outras. Por exemplo, você conhece alguém que viajou pela Europa inteira e ele começa a descrever todas as cidades que visitou, as comidas que experimentou, fatos interessantes sobre a cultura e por aí vai.
Há dois caminhos a seguir nessa situação, você fica maravilhado ou entediado, tudo vai depender de como as histórias são contadas. O narrador pode ter visitado algumas das maravilhas do mundo, lugares incríveis; porém, se ele não conta as coisas de forma cativante e fluida, provavelmente sua vontade de conhecer esses lugares diminua radicalmente. Pois saiba que nos negócios funciona igual.

Era uma vez um negócio que usou storytelling e cresceu!

Hoje as empresas compreenderam que precisam usar recursos como o storytelling para manter seu público-alvo engajado, e claro para atingir seus objetivos. Contudo, nem é algo tão fácil, uma vez que uma história cativante e engajadora é aquela que consegue causar algum tipo de emoção, pode ser dramática ou engraçada. O importante no  final do dia é criar algum vinculo emocional.
Uma vez criado esse vínculo emocional, o público já engajado terá mais interesse tanto em conhecer sua empresa, como tudo que está por trás dela. Isto aplica para todos seus targets, tanto internos como externos. Quando a empresa tem um colaborador comprometido, ele vai ser o primeiro a posicionar a marca no mercado. Aplica o mesmo para clientes e parceiros.

Da teoria a realidade, como  o storytelling vai alavancar meu negócio?

O storytelling tem um poder revolucionário, ou seja, pode transformar todas as áreas da sua empresa: vendas, treinamento de equipes, elaboração de projetos etc. O primeiro passo é criar personagens que representem a marca, uma vez que para manter cativados aos clientes, é preciso humanizar à marca. Após essa humanização, é essencial se aprofundar em aspetos mais técnicos tanto da narrativa como do design visual.
Já quando o assunto é inovação, o storytelling torna os processos criativos como  o “brainstorming” mais produtivos, uma vez permite que os participantes usem histórias para vender suas ideias, o que permite uma melhor visualização e gerará maior engajamento. No primeiro momento pode ser complexo, uma vez que para ser um profissional da escrita é necessário praticar arduamente, mas a jornada para atingir o objetivo sempre vai valer a pena tanto para o crescimento do profissional, como da empresa.
Certamente, o processo de desenvolvimento das histórias varia entre cada empresa, até entre cada área. O importante é entender que o storytelling está aí para ser um agente transformador e talvez revolucionário, porque que é a vida  e claro os negócios sem uma boa história.

A armadilha das boas apresentações

Quem nunca fez ou participou de alguma apresentação que sentiu que foi eterna e certamente foi zero produtiva?  Quase 99% das pessoas que está no mercado de trabalho já vivencia uma situação igual ou bem parecida. Certamente, não é muito recomendável ser o protagonista desse tipo de situações, mas como evitá-lo? Simples, com o storytelling.
A apresentação de um projeto é um momento crucial para qualquer empresário, independente se a empresa é própria ou de terceiro, todos queremos vender nossa ideia o melhor possível. A questão é que muitas vezes esse espaço acaba se tornando bastante entediante tanto pelo discurso do apresentador, como pela narrativa dos slides.
Tristemente, não há uma formula magica que consiga tornar um projeto interessante de dia para noite. Entretanto, as técnicas e ferramentas de storytelling conseguem otimizar radicalmente tanto a narrativa usada pelo interlocutor, como o arquivo utilizado.
Lembre-se, na sociedade da informação tudo comunica e isso pode alavancar ou prejudicar seu negócio.


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INDÚSTRIA DO ENTRETENIMENTO


O que a indústria do entretenimento pode ensinar para as demais. Artigo Fernando Palacios, fundador da Storytellers

Essa entrevista foi publicada originalmente pela fiesp

Enquanto parte da indústria sofre com a escassez de mão de obra qualificada, outra fatia tem sentido os efeitos da diminuição da competitividade diante do aumento dos salários, da inflação e de concorrentes internacionais. Acontece que aos olhos da indústria do entretenimento nada disso parece afetar. Mesmo diante de uma crise de audiência, as novelas continuam dominando boa parte da verba de marketing das empresas. A TV fechada é outra frente que ajudou a crescer a produção audiovisual brasileira. Estimulado pela lei de cota mínima, o número de produtoras independentes triplicou para mais de 450 em dois anos. O cinema brasileiro vem crescendo e quebrando recordes a cada ano.
De acordo com a Câmara Nacional do Livro, o mesmo fenômeno acontece com o setor editorial, que superou em 2013 a meta de R$ 5 bilhões de faturamento. Esse crescimento chega a ser intrigante se comparado com a crise do jornalismo impresso. A produção de games também vive um momento de ouro no Brasil. A questão é que esse guarda-chuva que engloba novelas, games, livros, revistas em quadrinhos, cinema e teatro compõe a indústria que melhor entendeu o novo milênio: a indústria do storytelling.
Com a democratização da internet, o mundo inteiro passou a viver um dilúvio de informações ficando clara a incapacidade do indivíduo em absorver todo o conhecimento que está à disposição. Torna-se possível comparar o conceito de adaptação das espécies proposto por Darwin com o cenário em que as informações se encontram. Não é mais a informação mais rápida que se destaca da multidão. O furo de reportagem perdeu força diante da agilidade das redes sociais. Mais importante do que ser rápido, é fundamental nos dias de hoje ser considerado relevante.
Com tantas opções de fonte para o mesmo tipo de informação, ser visto como relevante é um dos maiores desafios contemporâneos. Se por um lado nunca houve tantas oportunidades para levar uma mensagem a um consumidor – basta que ele abra os olhos e a primeira coisa que vai fazer é pegar o aparelho celular e já estará à mercê de anúncios – por outro, nunca foi tão difícil conseguir a aderência das mensagens. A sensação dos departamentos de marketing é que os consumidores estão revestidos por uma camada de teflon. Os consumidores dispõem de um arsenal de defesa contra mensagens corporativas, que vão desde aplicativos que bloqueiam anúncios até a opção de pagar uma mensalidade para assinar a versão ‘premium’, que implica em não ser exposto à publicidade.
Justamente por isso que a indústria do storytelling tem triunfado. Vamos ao cinema e desligamos o celular. Ficamos hipnotizados diante da TV nos episódios de um seriado favorito. Passamos a madrugada em um game online. Não vemos a hora até o próximo episódio da novela ou do capítulo do livro. As marcas que aprenderam a colaborar com autores têm obtido resultados incomparáveis.
Historicamente, uma série de empresas desenvolveu parcerias com autores. Um caso bem antigo foi a joalheria Tiffany’s que se associou ao escritor Truman Capote para fazer o filme Bonequinha de Luxo. Um caso mais recente aconteceu com as marcas FedEx e Wilson, que se juntaram no filme Náufrago. E, ainda mais recente, é o filme da Lego. Esses são exemplos genuínos de storytelling, que vão além de uma mera historinha, a própria comunicação da marca tem valor de entretenimento.
A vantagem de uma longa história é que ela tem o poder maior de influenciar a forma de pensar, já que pode demonstrar uma série de preceitos. Essa estratégia pode ser usada inclusive para transmitir valores em que a marca acredita, como sustentabilidade e outras práticas que ajudem a construir um comportamento mais positivo para a sociedade como um todo.
A indústria do entretenimento brasileira ainda tem muito a aprender com outros países, em especial com os Estados Unidos e Europa. Um longa-metragem é um investimento milionário por definição, mas mesmo assim muito abaixo do patamar da produção de outros países, em especial os Estados Unidos. Isso faz com que a competitividade seja difícil e característica do mercado brasileiro acaba ficando diferente do internacional. Ao passo que Hollywood depende prioritariamente da arrecadação de bilheteria, a produção brasileira dependente de incentivos fiscais e/ou investidores. Sem falar no evento que demanda meses de preparo para apenas uma semana de ação e acabou. O Carnaval tem a aptidão para ser a Broadway brasileira, mas o potencial é completamente desperdiçado. A maior parte dos brasileiros sequer sabe que um desfile é uma narrativa de cinco atos, a mesma estrutura do teatro vitoriano. Só nos resta torcer para que as demais indústrias aprendam a ser relevantes para os consumidores com o storytelling, e que o entretenimento brasileiro aprenda a fazer negócios como em outros países.
* Fernando Palacios é especialista em storytelling e palestrante internacional, fundador do primeiro escritório brasileiro de storytelling. 

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O que aprendi com uma criança de 3 anos sobre Storytelling

Há duas semanas minha filha de três anos me pede para contar a mesma história na hora de dormir. Ela faz questão que eu mantenha os personagens e seja o máximo fiel ao roteiro todas as vezes. Sabe por quê? Pesquisei e descobri que sem noção exata do tempo a criança tem na repetição a segurança de que o mundo vai continuar a acontecer da mesma forma como sempre aconteceu. É como se dissesse:
“A noite vai chegar, papai vai me colocar para dormir e, veja que ótimo, sei perfeitamente o que ele vai contar. Tenho controle sobre a ordem das coisas e assim elas não me ameaçam”.
Nessas horas que minha filha me pede para contar histórias, gosto de testar na prática algumas das principais técnicas de Storytelling. De uns tempos para cá, comecei a incluir um “conflito” logo no começo da narrativa. O conflito tem o poder de mobilizar a atenção da audiência, gerando uma expectativa pela solução que vai aparecer (ou não) até o fim da história. É assim no cinema, na literatura e no teatro. A primeira vez que lancei mão do conflito foi uma ocasião bem propícia. Minha filha havia passado uma manhã de atividades intensas na praia, tinha acabado de almoçar e estava com muito sono.
Então inventei um sapo que gostava de tocar violão, só que havia um problema. O instrumento estava quebrado e ele precisava de alguém para consertá-lo. Ao longo da história, o sapo deu um passeio pela floresta perguntando aos outros animais se algum deles seria capaz de consertar o tal violão – até a Galinha Pintadinha foi consultada. Minha filha tentava se manter acordada a todo custo e depois de o sapo conversar com uns cinco animais ela interrompeu a história um tanto impaciente:
 “Papai, você não sabe consertar esse violão, não?”. 
A pergunta marcou o sucesso da experiência. Minha filha ficou tão ansiosa para descobrir a sequencia dos fatos que não se conteve e precisou interferir na história. Claro que depois de eu dizer que consertaria o violão do sapo ela se virou para o lado e dormiu. A lição que fica é: se quiser despertar o público, arrume um conflito para o seu roteiro. 

A barata que espirrava

O Storytelling na construção de marcas pode incentivar hábitos de consumo, impactar culturas e moldar comportamentos. Com isso na cabeça, inventei a história de uma baratinha que queria passear no parque com a família. No entanto, como estava muito resfriada, toda vez que tentava falar com a mamãe barata a única coisa que conseguia fazer era espirrar:
– Mamãe, hoje quero... Atchiiiim!– O que foi, filha?– É que... Atchiiiim!– Não entendi. – Ah, mamãe, to falando que... Atchiiim! Atchiiim! Atchiiim!
Percebendo que a filha estava resfriada – uma situação comum entre as crianças – mamãe barata disse que antes de passear ou brincar a baratinha precisaria fazer três coisas: tomar suco de laranja, tomar uma colher de mel e comer um sanduíche de queijo. A partir daí como num passe de mágica a baratinha começou a melhorar e se recuperou totalmente. Ela então pediu à mãe para ir ao parque e enfim conseguiu se divertir.
Repeti essa história algumas vezes até o dia em que no elevador do prédio onde moramos minha filha viveu uma situação parecida. Por duas vezes, tentou me dizer algo, mas foi impedida por uma sequencia de espirros, logo rindo e lembrando nosso personagem:
Ih, papai, igual à baratinha!

É fascinante a associação que o ser humano faz da vida de um personagem com a sua própria vida, desde muito cedo. Não tenho como dizer se o gosto da minha filha por suco de laranja e mel estão ligados a essa história. Posso afirmar, porém, que ela aceita ambos com muita facilidade quando os ofereço para curar seus resfriados.

Que história o seu público deseja ouvir?

Crianças pequenas não costumam dedicar muito tempo a uma tarefa. Para manterem o foco, precisam se sentir sinceramente atraídas pelo que estão vendo ou fazendo. Se a história que conto não interessar, minha filha vai pedir para que eu conte outra história, ou vai desistir das histórias e pegar um brinquedo. O mesmo vai acontecer com o consumidor, que antes do primeiro bocejo vai trocar a comunicação com a marca por algo mais interessante. Daí a importância de planejar o que você deseja contar para ele.

O QUE É STORYTELLING! - Um resumo em 10 passos

Da Série Desvendando o Storytelling #Post 5 (último Post)
Para ver o # Post 4: O QUE PODERIA SER Storytelling, MAS AINDA É storytelling
Para ver o # Post 3: O QUE TODO MUNDO DIZ SER STORYTELLING
Para ver o # Post 2: O QUE TENTA ENGANAR NO STORYTELLING
Para ver o # Post 1: O QUE NÃO É STORYTELLING
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A Surpresa
"Finalmente." - Pensou Lívia. Finalmente ela poderia viver em paz, sem chorar quase todas as noites  ao pensar em seu amado com outra. Assim que ele fosse dela, todas as lembranças sombrias antes dele ficariam para trás. Fazia agora seis anos desde o fatídico dia. Naquela época, ela era apenas uma jovem moça que nunca havia deixado sua cidade no interior. Vivia tranquilamente e pagava suas contas não muito altas com seu salário de gerente. Havia trabalhado para o seu Tônio desde que era adolescente e havia conquistado o cargo com merecimento. Namorava Hélio e todos os meses recebia dele trufas de morango e maracujá, junto a uma carta que trazia em verso os mais belos dizeres. Tudo ia conforme o planejado. Até que um dia, ao abrir a carta de Flávio, ela não encontrou juras de amor, mas sim um bilhete de despedida. Flávio a havia abandonado após três anos de namoro e nem tivera a coragem de lhe dizer adeus pessoalmente. Lívia precisava sair dali. Não conseguia viver em um lugar onde tudo lhe lembrava dor. Ela pegou sua mala rosa, ainda nova por nunca ter sido antes usada, e partiu para a cidade grande. Ela agora estava sozinha, mas era exatamente onde queria estar. 

Lívia não contava com as dificuldades em arranjar um emprego, conseguindo apenas trabalhar como dançarina em um dos clubes de São Paulo.  Mas não era isso o que ela havia planejado. Sabia que podia mais, mas ninguém parecia interessar-se por uma garota caipira. Exceto por Carlos. A primeira vez que ele a olhou, Lívia não sentiu julgamento da maneira como costumava sentir, mas sim compaixão. Os dois se aproximaram e começaram uma amizade doce. Foi apenas no dia em que essa amizade evoluiu para um romance que Carlos lhe revelou ser casado. Era tarde demais, Lívia já estava envolvida e optou por aceitar ser sua amante. Mas seu sofrimento continuava e o pouco de Carlos que tinha já não era mais suficiente. Ela tinha duas opções: ou desistia de seu amor por Carlos e tinha seu coração dilacerado mais uma vez, ou continuava a sofrer calada, aproveitando o pouco de amor que Carlos lhe dispunha. A decisão veio em um momento de raiva e loucura, algo que ela nunca havia considerado antes: Ela precisava contar a Amélia a verdade. Amélia era esposa de Carlos e nunca havia desconfiado de nada. Lívia podia ver a decepção em seus olhos quando bateu a sua porta. Mas tudo tinha valido a pena e agora Carlos seria só dela. Lívia havia pedido que lhe desse o presente de casamento que ele daria a esposa e quando viu aquela caixinha rosa, já sabendo o que tinha dentro, riu de felicidade. Agora ele seria inteiramente dela. Mas Carlos agia de um modo estranho. Enquanto Lívia sorria, ele permanecia sério e suor escorria de sua testa. 

Quando menos esperava, Carlos mostrou o que estava carregando por trás de suas costas. Era um machado. Lívia ficou completamente sem reação ao perceber que quem ela mais amava estava prestes a cometer uma grande atrocidade. Seus olhos começaram a arder e ela falou com a voz mais firme que conseguiu encontrar dentro de si. "Me perdoe, Carlos, pois eu também o perdôo." As palavras pareceram tocar Carlos, que largou a arma e se retirou, deixando Lívia com o presente que antes tanto queria. Agora nada daquilo fazia mais sentido. Ela percebeu havia tentado possuir Carlos do mesmo modo que havia desejado possuir aquele vestido de seda e o colar de pedras azul turquesa. Lívia nunca mais tentaria ser dona de ninguém e não deixaria mais ninguém ser seu dono. Agora, ela pertencia a si mesma.
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Chegamos ao último Post da série exemplificando o que é o Storytelling, restritos pelo espaço disponível. A partir dessa história conseguimos identificar do que uma narrativa precisa para ser considerada Storytelling. Então vamos a isso:

1) Storytelling é sobre alguém.
A história deve importar para uma pessoa ou para qualquer outra coisa que possua verdade humana. Pode ser um robô ou um peixe, mas ambos precisam ter os sentimentos, aflições e desejos humanos. No caso da nossa história, esse alguém é Lívia.

2) Esse alguém tem um desejo
Apresentamos em nossa história o desejo de nossa personagem de forma sutil. Ela estava feliz com sua vida no interior e orgulhosa de si mesma. Tinha um amor e pretendia continuar com ele por toda a vida. No Storytelling, o personagem precisa querer algo em todos os momentos.

3) Esse personagem deve ser multi lateral
Um personagem multi lateral significa um personagem que tem várias perspectivas de personalidade. Por exemplo, se analisássemos a história sob a perspectiva de Amélia, poderíamos cair no erro de julgar Lívia como uma pessoa sem caráter. Ao invés disso, colocamos o ponto de vista de Lívia para mostrar como ela também possui conflitos e desejos com os quais podemos nos relacionar.

4) Esse personagem precisa sofrer uma mudança em sua vida
Se nada acontece na história, Lívia continua com seu namorado e todos vivem felizes para sempre. Precisamos, então, de um evento que impulsione a transformação de Lívia. No caso, foi o término de seu relacionamento de forma brutal.

5) Esse personagem precisa enfrentar conflitos
Vemos aqui que ao reagir ao incidente do término de namoro, Lívia começa a arcar com dificuldades que impulsionam a história pra frente.

6) A maneira como o personagem lida com seus conflitos e as escolhas que ele faz dizem tudo sobre ele
Muitas vezes lemos que é preciso definir o signo, a cor dos olhos, dos cabelos, as roupas utilizadas pelo personagem.. Sim, tudo isso é importante, mas não essencial. O que diz mais sobre a personalidade de um personagem, é quando ele é colocado em uma encruzilhada e deve tomar uma decisão.

7) Depois de enfrentar os obstáculos o personagem deve fazer uma escolha
Colocamos Lívia em uma encruzilhada. Ela está amando um homem casado e não suporta a dor que isso está lhe trazendo. Pressionada por seus próprios sentimentos, ela decide, num ato de loucura, contar tudo à esposa de Carlos.

8) O personagem enfrenta as consequências da sua escolha
Nenhuma escolha deve ser fácil. Deve estar claro o que está sendo colocado em jogo. No caso de Lívia, ela poderia perder Carlos para sempre, como realmente aconteceu. Acrescentamos um agente agravante, colocando, também, a vida de Lívia em risco. 

9) O personagem sofre um insight
Experiências negativas não vem de graça para o personagem. Tudo é feito para que ele aprenda algo. No caso de Lívia, ao ver o que tinha causado a si mesma, ao ver o presente (a posse) que ela tinha conquistado com tudo aquilo, ela percebeu algo sobre como vinha agindo até então.

10) O personagem sofre uma transformação
Com o Storytelling, devemos ser capazes de ver claramente a diferença do personagem que começou a história do personagem que terminou a história. A jornada deve, de alguma maneira, mudar algo na forma do personagem perceber e viver sua vida. Esse personagem utilizará seu conhecimento servindo de exemplo para as pessoas ao seu redor. (A transformação pode ser tanto positiva quanto negativa, caso a história retrate uma corrupção do personagem)

Muito cuidado, pois esses elementos e muitos outros que utilizamos para compor histórias não funcionam separadamente. Tudo deve agir em uníssono consolidado o universo ficcional criado. Aliás, você percebeu que a história "A Surpresa" foi composta pelas informações dadas nos posts anteriores.?Será que poderíamos chamar isso de transmídia? A resposta é NÃO. ISSO NÃO É TRANSMÍDIA. Aguarde o próximo POST explicando o porquê!

QUER APRENDER SOBRE STORYTELLING MAIS A FUNDO E COMO APLICÁ-LO? ÚLTIMOS DIAS PARA INSCRIÇÕES NO CURSO DO RIO DE JANEIRO:





[Quiz] Você sabe o que é Storytelling?



O que você realmente sabe sobre contar histórias empresariais? Descubra no teste exclusivo que preparamos aqui no post.  **O teste não funciona em todas as plataformas mobile, para uma experiência melhor use um computador. 





O QUE TODO MUNDO DIZ SER STORYTELLING- 10 Casos Que Confundem No Storytelling

Da Série Desvendando o Storytelling #Post 3

Para ver o #Post 5: O QUE É STORYTELLING
Para ver o #Post 4: O QUE PODERIA SER Storytelling MAS AINDA É storytelling.
Para ver o #Post 2: O QUE TENTA ENGANAR NO STORYTELLING
Para ver o #Post 1: O QUE NÃO É STORYTELLING
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A Aprovação


Quando Carlos lhe mostrou o presente, Laura nem sabia o que dizer. Era perfeito. Ele havia acertado em cheio. Aquele homem era com certeza merecedor de sua irmã. O vestido preto de seda tinha o caimento ideal para o corpo de Amélia, de modo que Laura podia imaginá-lo, ajustando-se à silhueta longilínea da irmã. O colar de pedras azul turquesa davam o toque final.  Amélia ficaria extremamente elegante, como sempre. Laura se lembrava como se fosse ontem o dia em que a irmã apresentou Carlos para a família, e agora, depois de 5 anos casados, ele ainda a mimava como se fossem dois jovens apaixonados.
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Normalmente, quando perguntamos a alguém: "O que é Storytelling?", ouvimos ideias genéricas , baseadas em um senso comum. Talvez constituam até elementos que uma narrativa deve ter, porém, se trabalhadas de maneira rasa e individual tornam-se qualquer outra coisa que não uma narrativa, raríssimas vezes se atentando ao menos a como essa história deve ser contada. No texto "A Aprovação", escrevemos o que seria um fragmento de uma história. Esse trecho poderia ser um parágrafo de um capítulo de um livro, um relato, mas é apenas uma pequena porção do que a narrativa deve englobar. Abaixo, elegemos 10 itens que costumam ser confundidos com Storytelling:

1. Storytelling é algo com começo meio e fim

Colocar começo meio e fim em uma história pode ser o início do raciocínio para criar uma estrutura de atos, porém não é o suficiente para dar a história como completa. O autor deve saber o que deve estar presente no começo, o que impulsiona para o meio, como o meio será elaborado e como se dará a conclusão de seus pensamentos ao final. A ideia de começo, meio e fim é com certeza um ponto de partida interessante para o autor, não podendo ser seu ponto de chegada. Tendo a visão clara dessa estrutura, o autor consegue brincar com os elementos da história, mudando-os da ordem convencional, sem que fique confuso para a audiência. 

2. Storytelling é algo com diálogos

Mas do que valem diálogos sem nenhuma ação? Em qualquer estrutura narrativa, seja ela um romance, um roteiro de filme, série, ou qualquer outro; as ações dos personagens dizem mais do que suas palavras. Se coloco, por exemplo, um dos meus personagens tendo uma reação de raiva, quebrando objetos ao receber uma notícia, isso reflete mais sobre sua personalidade do que se colocasse ele conversando com um amigo, contando sobre a sua raiva. Mais do que ações, as escolhas de cada personagem definem quem ele é. Se colocamos alguém em uma encruzilhada em que um caminho deve ser escolhido, entendemos o modo como essa pessoa vê o mundo.

3. Storytelling é algo com conflito

Mas todo conflito precisa de uma conclusão. Seguindo a linha de que escolhas definem um personagem, se tenho um protagonista em que o conflito não é resolvido de nenhuma forma, tenho um protagonista que está em cima do muro. Sendo assim, sua história não tem como se desenvolver. O personagem vira apenas um ser reativo a tudo o que ocorre a sua volta. E a vitimização de um personagem não é Storytelling.

4. Storytelling é algo em que se tem que fazer uma escolha

Uma escolha não vale de nada se o personagem não tem um preço a pagar. Supondo-se que o autor seguiu como esperado, colocou um conflito, uma escolha e concluiu seu pensamento. De que vale tudo isso, se o conflito era fraco, a escolha fácil, e a conclusão superficial? Muitas vezes isso ocorre quando o preço a se pagar pelo que está sendo feito não é alto o suficiente. Assim como na vida, cada escolha carrega uma responsabilidade. Deve estar muito explícito para a audiência o que o personagem perde ao tomar uma decisão e como isso pode ser drástico em sua vida.

5. Storytelling é algo que segue a estrutura (modelo dos três atos, quatro atos, cinco atos, jornada do herói...)

De nada vale uma estrutura, se você tem personagens rasos. Quando criamos todos os personagem, devemos também imaginar como seria a história contada sob cada uma de suas perspectivas. Se não formos capazes de entender a trajetória, os conflitos, dúvidas e motivações de cada um de nossos personagens, perdemos força em nossa história. Acabamos, então, caindo no clichê do vilão que só queria dominar o mundo, da garota popular e metida do colégio que era apenas fútil e nada mais. O filme "Malévola" é um ótimo exemplo de um twist de percepção. Uma das mais temidas vilãs da Disney foi colocada como heroína e veja como ficou muito mais rica a história.

6. Storytelling é quando fazemos o personagem achar que não tem mais solução para seus problemas, e bem no final, mostramos uma saída.

Tudo bem, mas que tipo de saída? Esse pensamento gera a típica história em que o roteirista, na ânsia de colocar tantos obstáculos para o seu protagonista. só consegue resolver sua trama com um passe de mágica. É o helicóptero que surge sem explicação; é o time da S.W.A.T. que entra no último minuto, sendo que nunca antes havia sido mencionado; é o objeto que se transforma em portal, também sem nenhuma explicação plausível. Enfim, todos esses itens podem existir com tanto que façam sentido para a história e já tenham sido apresentados antes. Se surgem como um ato de desespero, podem deixar qualquer um duvidando de sua veracidade e não entendendo a história. 

7. Storytelling é quando o personagem tem uma mudança de comportamento ou de atitude.

O personagem deve sim ter uma mudança de atitude ou de percepção. Em algumas histórias, isso ocorre durante vários momentos durante a trama, mas ninguém simplesmente muda de atitude sem nenhum estímulo. Deve sempre haver algum impulso para que o personagem passe a pensar diferentemente do modo como estava pensando. Histórias em que o detetive depois de muito tentar solucionar o crime, simplesmente acorda um dia sabendo quem é o assassino, não colam. Insights devem seguir uma lógica. Um ótimo exemplo é da série "Homeland". Em um dos episódios, a detetive tem um insight de que um ex-soldado americano está mandando códigos para os terroristas. Essa percepção acontece apenas após ela observar um músico tocando seu instrumento e mexendo seus dedos de maneira semelhante a que o soldado fazia perante as câmeras. 

8. Storytelling é quando o personagem passa por uma jornada

Sim. Mas não adianta passar pela jornada, sem aprender nada. Na jornada do personagem, ele recebe um estímulo que vai incentivá-lo a mudar algo dentro de si. Se o personagem passa por todos os conflitos e complicações, voltando a ser o que era, de nada vale sua trajetória. Sabemos que em Sitcom's a graça está em ver os personagens sofrendo com os mesmos erros, intrínsecos às suas personalidades. No entanto, embora os personagens de séries de comédia cometam os mesmos erros, em algum aspecto eles acabam evoluindo, mesmo que muito mais lentamente do que em um filme de drama, por exemplo.

9. Storytelling é quando o personagem busca e consegue um Elixir

Um Elixir não compartilhado, é um elixir sem propósito. O elixir é o que o herói/protagonista consegue após percorrer toda sua jornada, antes de voltar ao seu cotidiano. Pode ser físico ou simbólico e representa o que foi aprendido pelo herói. Se o personagem guarda esse conhecimento para si, seu elixir perde o valor. Ele deve praticar o que foi aprendido e compartilhar com o mundo. Por exemplo, na comédia romântica "Alguém tem que Ceder", Érica deve aprender a se abrir para o mundo para que consiga amar. Sua mudança de atitude é refletida em todos a sua volta, quando ela dá conselhos a sua filha ensinando que o amor vale a pena, ou quando permite que alguém mais jovem se torne seu namorado.

10. Storytelling é ficção. Você pode inventar o que quiser, colocar alienígenas, super-heróis. Tudo pode.

Sim, com tanto que siga as regras estabelecidas pelo autor. Você já viu alguém falar "até parece" assistindo a um filme do Homem Aranha? Provavelmente não. Isso acontece pois o autor delimitou qual era o universo criado e quais as regras a serem seguidas nesse universo. No filme, Peter Parker é picado por uma aranha geneticamente modificada, adquirindo assim o poder de se lançar entre os prédios com sua teia. Aceitamos isso, pois o autor é fiel as delimitações colocadas para a criação. Monstros radioativos são aceitos nessa narrativa como algo normal. Agora, se colocarmos um humano , pilotando um carro que cai de um penhasco a 120km/hora e nada acontece ao carro nem ao motorista, daí passamos a infringir leis da física que se aplicam a esse universo criado. Funciona para filmes de ação? Claro. Para vários, mas sabemos que o propósito desses filmes não é a construção de uma boa narrativa.

Entendemos com esse tópicos que o problema central não é O QUE é Storytelling, mas COMO fazê-lo, COMO estruturá-lo e COMO criar uma narrativa forte e atrativa.

Para aprender a fazer Storytelling de verdade, dê uma olhada nos nossos cursos. O próximo será dia 7 de Novembro, no Rio de Janeiro.