Um fim digno para boas histórias

https://www.storytellers.com.br/2014/03/um-fim-digno-para-boas-historias.html
Semana passada eu terminei um relacionamento de 1 ano e meio. No mesmo dia, vi 300: a Ascensão do Império. As duas coisas estão relacionadas? Óbvio que não. Mas, talvez, uma sirva metaforicamente para explicar a outra.
Pare tudo o que você estiver fazendo por um momento e
preste atenção nesse post. Ele pode te ajudar muito caso você esteja em um
relacionamento como o que eu estava, ou, pelo menos, te dar mais uma boa dica
sobre Storytelling.
Relacionamentos amorosos muitas vezes podem ser vistos como
histórias. Algumas dessas histórias são cômicas, outras trágicas. Algumas são
lindas, outras desastrosas. E algumas são tão boas que precisam de continuação,
já outras não.
O caso de 300: a Ascensão do Império é o perfeito exemplo de
uma história que não precisava de continuação. Enquanto eu via o filme ao lado
da minha futura ex-namorada, senti como se assistisse o Leônidas ser estuprado
durante duas horas na minha frente, sem que eu pudesse fazer nada. Sério, na
minha opinião, foi o pior filme que eu já vi, enquanto seu antecessor foi um
dos melhores.
Isso tudo me lembrou o começo do meu relacionamento. Foi uma
história linda, muito linda mesmo. Mas, infelizmente, não foi uma história
destinada a ser de longa duração. O tempo e as diferenças foram definhando meu
relacionamento aos poucos, e o que me mantinha junto da minha ex-namorada no
final de tudo nada mais era do que o medo de tentar algo novo e a segurança de
continuar com algo que já tinha dado certo uma vez.
Me pergunto se é isso o que muitos roteiristas e criativos
sentem quando persistem em uma história que já deveria ter acabado. A ideia de
persistir em um relacionamento fadado ao fracasso é tão relevante quanto à
ideia de substituir os 300 de Leônidas por um bando de atenienses escrotos e
babacas. Ou de continuar Two and a Half Men sem o Charlie.
Encerrar essas histórias teria sido muito mais digno do que
o que fizeram com elas. A lembrança teria sido mais bonita. E revê-las de novo
seria muito mais divertido. Foi com esse pensamento que eu terminei meu namoro.
Pensando que não era justo arruinar uma história tão linda por medo de tentar
uma coisa nova. E hoje, depois de um período de dor e sofrimento, estou bem. E
melhor: estou feliz com a minha decisão.
Por isso, meu caro aspirante a Storyteller, deixo o meu conselho aqui
para você: saiba quando e como terminar suas histórias, sejam elas dentro ou
fora do mundo da imaginação. Você pode começar novas histórias muito mais
bonitas. Ou simplesmente dar um fim digno para uma história antiga.