Como a série Vikings se tornou uma marca forte e envolvente
Em
entrevista para o Inc. o criador, escritor e produtor executivo da série
“Vikings”, Michael Hirst explica como Vikings virou uma marca forte e
conquistou a audiĂȘncia. Ao contrĂĄrio do que se pensa, o Storytelling pode
também ser usado na construção de marcas que não são ligadas ao entretenimento.
Com ele, as empresas podem se conectar melhor com seus pĂșblicos jĂĄ
estabelecidos e possĂveis prospects. Michael
Hirst, em sua entrevista, dĂĄ algumas dicas de como fazer isso.
Primeiramente,
ele diz ter pensado em sua audiĂȘncia para criar a sĂ©rie. Ele sabia que seu
pĂșblico seria em sua maioria homens jovens, os quais ele deveria alimentar com
carne crua, em outras palavras, muitas cenas com ação visceral. Assim como os
criadores de séries, as marcas devem também pensar para quem querem passar sua
mensagem e na vida de quem serĂŁo relevantes.
Apesar
de compreender a “sede por sangue” de sua audiĂȘncia jovem, Hirst sabia que
teria limitaçÔes. Por não ser uma série que passaria em canal fechado, Vikings
teria restriçÔes quanto Ă nudez e cenas de violĂȘncia. Mas, ao invĂ©s de encarar
esse fato como uma limitação, ele encarou-o como uma oportunidade. Percebeu que
nĂŁo deveria usar cenas de violĂȘncia gratuitamente, apenas com o intuito de
chocar, mas deveria construir cenas de acordo com o que era apropriado para a
narrativa, para o cenĂĄrio histĂłrico e para os personagens. O mesmo deve ser
seguido por qualquer marca, ao invĂ©s de tentar criar algo “bonitinho” ou
“tendĂȘncia” a palavra que deve ser a guia das comunicaçÔes Ă© “coerĂȘncia”,
coerĂȘncia com o posicionamento, com os valores e com o que estĂĄ sendo
oferecido.
No
caso de Vikings, o guia dos episĂłdios foi sempre a histĂłria, apenas era
colocado aquilo que fazia mais sentido para a trama. A questĂŁo da sexualidade
foi pensada majoritariamente com o objetivo de empoderar as personagens femininas,
ao invés de uså-las como vitrine de vestidos, como acontece em muitas séries
que se passam em Ă©pocas antigas. Isso acarretou num grande aumento do nĂșmero de
mulheres que assistiam à série. Ou seja, mesmo sem um foco em conquistar novos
pĂșblicos, Vikings acabou abrangendo sua audiĂȘncia por manter a linha narrativa
o mais envolvente e autĂȘntica possĂvel.
Até
mesmo na hora de matar um personagem, tudo foi pensado com muita coerĂȘncia. Quando
perguntado sobre a morte do personagem
Athelstan na sĂ©rie, Hirst declarou ter sido uma coisa difĂcil a se fazer, mas
que ao mesmo tempo foi satisfatĂłrio e significativo para aquele personagem que
nĂŁo podia mais intercambiar entre o cristianismo e o paganismo. Foi uma morte
boa.
Além
do encaixe significativo de acontecimentos da história, a série Vikings também
foi bem sucedida em conseguir que a audiĂȘncia se relacionasse empaticamente com
os personagens. Hirst explica como isso ocorreu. Ele vĂȘ sua missĂŁo como a
missĂŁo de conectar o passado ao presente, conectando a vida dos personagens que
viveram hĂĄ milhares de anos, com a vida da audiĂȘncia; quer que os problemas e
ambiçÔes dos personagens conversem com os homens e mulheres contemporùneos. Por
isso, tenta pensar naquilo que os torna humanos.
Ou
seja, ao invés de criar o cliché do viking sanguinårio, distante de qualquer um
de nĂłs, o que fez a audiĂȘncia simpatizar com Ragnar, o personagem principal,
foi mostrar que ele amava sua famĂlia e tinha crenças fortes e Ă©ticas. A
audiĂȘncia sempre irĂĄ conectar com aquilo que jĂĄ existe dentro dela. Se as
marcas aprenderem a se conectar com seu lado mais humano, jĂĄ tem meio caminho
andado. E falando sobre o que existe dentro da mente das pessoas, Hirst dĂĄ uma
Ășltima dica sobre promoção de marca.
Quando
perguntado sobre como promover um show sobre pessoa jĂĄ mortas hĂĄ muito tempo,
ele respondeu: “FĂĄcil. Coloque um pĂŽster escrito ‘Vikings’ na avenida mais
famosa da cidade. Não precisa dar mais explicaçÔes. Os Vikings jå são uma marca
conhecida. O mundo todo jĂĄ ouviu falar deles. A prĂłpria palavra jĂĄ evoca
imagens viscerais. A dica Ă© conectar a marca com coisas que jĂĄ fazem parte da
mente das pessoas e sua imaginação. VocĂȘ nĂŁo precisa ‘criar mensagens’. VocĂȘ
tem que lĂȘ-las.
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