Edição de março de 2020.
Aqui é Fernando Palacios, o primeiro a estudar e praticar
Storytelling aqui no Brasil.
Que tal começar Anos 20 com uma pitada de tudo o que está acontecendo no Mercado do Storytelling? Novidades, tendências e dicas. Essa é uma edição anual e compila os destaques dos últimos meses.
Histórias contagiosas. As histórias se transmitem de uma pessoa para outra. Sabemos disso desde quando vivíamos em cavernas. No geral isso é bom. Graças a isso preservamos a receita da cerveja antes mesmo de termos inventado a escrita. Só que também tem o inverno. O Corona vírus é um ótimo exemplo.
Claro que devemos tomar todas as precauções. É interessante ver as pessoas passando mais tempo lavando as mãos e potes de álcool gel espalhados pelos cantos.
Talvez por estarmos na primeira pandemia monitorada, algumas medidas fazem parecer que estamos
tratando o vírus como se fosse o Apocalipse Zumbi finalmente acontecendo: destinos banidos, países fechando as fronteiras, expulsando ou "sequestrando" turistas. Cancelaram a temporada de NBA, jogos de futebol e grandes eventos como SXSW, MWC e até mesmo eventos públicos como casamentos e funerais.
A questão é que essa narrativa dramática está gerando problemas reais possivelmente maiores do que os impactos da doença em si. A desinformação leva ao medo. O medo leva ao alarmismo. O alarmismo, ao pânico. O pânico leva aos supermercados lotados e gôndolas vazias. Leva ao isolamento e à discriminação quando deveríamos estar nos unindo e trabalhando em grupo.
O pânico, já foi contabilizado no mercado e levou a um trilhão de reais em perdas. Algumas indústrias estão entrando em colapso e se a história alarmista continuar se alastrando, muitas empresas irão quebrar. A começar por companhias aéreas… e chegando às bolsas. Uma história de muita incerteza, mas também esperança. E que a o hábitos de higiene adquiridos não se percam quando tudo isso acabar.
Enquanto alguns adoecem, outros curam. Quem marcou o maior gol da temporada foi Cristiano Ronaldo, que transformou seus hotéis em hospitais. Quem se deu mal por tabela foi a cerveja Corona, que não tem nada a ver com a história, exceto pelo nome.
Falando em saúde, Storytellers tomam do próprio remédio. Para planejar os Anos 20s, os Storytellers contrataram o método StoryStorm da própria Storytellers. Tem sido uma experiência interessante com um cliente difícil. Exigente em termos narrativos. Pois é, estamos num processo de usarmos internamente as ferramentas que aplicamos aos clientes na hora de planejar uma plataforma transmídia de conteúdos. Estamos desenhando uma década de projetos e programas. Se quiser saber em primeira mão,
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Enquanto o Corona quebra o mercado,
Parasita quebra as bilheterias mundiais. Além de levar suas quatro estatuetas no Oscar, o filme está batendo recordes de bilheterias em diversos países e, por tabela, influenciando o consumo. Storytelling tem esse poder de influência. Na década de 50 James Bond inseriu a vodca no mercado americano. No começo do milênio Sex And The City levar o drink Cosmopolitan para cardápios de bares de todo o mundo. Agora é a vez de
Parasita tornar o jjapaguri prato obrigatório em restaurantes famosos (e que, há quem diga que
é ótimo pra quem pegou o Corona vírus).
Por fim, como não podia deixar de ser, Parasita também impactou o turismo da Coreia do Sul. Assim como Código Da Vinci levou multidões a percorrer uma rota em Paris e Game of Thrones tem seu roteiro de pontos de interesse pela Europa, agora existe um tour pelos subúrbios de Seul.
Uma das histórias mais inusitadas do ano envolve o rei dos roles aleatórios, Ronaldinho Gaúcho. Que o bruxo dos dribles foi pego no Paraguai por falsificação de documento todo mundo já sabe. Mas alguém previu isso muito antes, em 2015. Mauricio de Sousa - no melhor estilo "previsões dos Simpsons" - fez uma edição da Turma do Ronaldinho que prova que nem sempre é a arte que imita a vida. Nesse caso, a vida plagiou a arte.