RECHEADO COM FICÇÃO



Hå quem defenda o uso de storytelling baseado apenas em histórias reais, hå quem diga que a ficção pode ser enganosa, ou até desonesta. No entanto hå também quem acredite no poder da ficção para engajar as pessoas, hå aqueles que gostam dos mundos mågicos criados para as marcas.

Eu, bom, eu tenho um opiniĂŁo bastante simples sobre o assunto. Acredito que seja o trabalho do storyteller saber rechear a realidade com a ficção, romancear, sem exageros, o histĂłrico Ă© uma habilidade que exige cuidado e conhecimento. HĂĄ cases em que a ficção pode mesmo atrapalhar a opiniĂŁo pĂșblica em relação a um produto ou marca, a ficção pode gerar um certo desconforto se for tomada como real. Em um exemplo recente em que a ficção se confundiu com a realidade e resultou em uma euforia negativa dos consumidores podemos citar a Nokia, com o case "perdi o meu amor na balada". PorĂ©m como case de sucesso e totalmente ficcional podemos falar da coca-cola e do seu maravilhoso universo em "A FĂĄbrica da felicidade", criado para fantasiar o que acontece dentro de uma de suas vending-machines, distribuĂ­das por todo o mundo. 

Desde o começo de minha jornada o Fernando Palacios me diz que o que foi pro papel Ă©, no mĂ­nimo, uma interpretação da realidade. Esse conceito, apesar de chegar atĂ© mim pelo Fernando, Ă© trabalhado no filme Storytelling de maneira bastante forte e impactante. A verdade Ă© que enquanto escritores e artistas fica difĂ­cil realmente afastar a obra do autor. Toda obra tem um pouco de quem a escreveu, seja no estilo, no enredo, ou em um personagem apenas, o que escrevemos Ă© na verdade uma interpretação do que vemos, ou vivemos, mesmo que seja ficcional ou distante da nossa realidade. 

No fim das contas o que importa para que uma histĂłria seja boa, Ă© a honestidade, tanto Ă©tica quanto literariamente, devemos ser honestos com nossos leitores sabendo onde estĂĄ e como cruzar sem truques nem enganaçÔes a linha entre a realidade e a ficção. 

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