O STORYTELLING NA CAPA DO JORNAL
https://www.storytellers.com.br/2013/05/o-storytelling-na-capa-do-jornal.html
Quando
nos referimos ao uso do storytelling como “a última esperança” para captar a
atenção do consumidor, ainda que nossos exemplos sejam predominantemente
mercadológicos, não podemos nos esquecer de que a falta de atenção não é
característica do ser humano só enquanto consumidor, mas enquanto indivíduo
inserido na pós-modernidade.
Por
assim dizer, temos que o storytelling surge como caminho não só para a
comunicação publicitária, mas para a comunicação em geral – o que inclui outro
grupo de graduados em comunicação: os jornalistas. Para explicar aqui,
brevemente, como o storytelling poderá (e deverá) ir parar nas capas dos
jornais, proponho um paralelo com a história da propaganda.
Há
muitos e muitos anos atrás, num lugar não muito distante, a publicidade se
limitava a anúncios que transmitiam as qualidades de um produto. Eternizados
pela voz imperativa do “Compre!” e “Experimente!”, os chamados anúncios “hard
sell” dominavam a propaganda e a cabeça de seus criadores com uma fórmula
pronta.
Entretanto,
com o passar do tempo, o inchaço comunicacional, dentre outros motivos, começou
a diminuir a eficácia com que estes anúncios funcionavam, obrigando assim os
publicitários a repensar a forma com que anunciariam seus produtos. Nascia aí o
que é conhecido como “soft sell”.
Para
o jornalismo a história não é diferente nos dias de hoje. As múltiplas telas e
as redes aumentam gradativamente a dispersão dos espectadores até na hora das
principais manchetes do dia. Por um lado uns buscam cada vez mais o
sensacionalismo, a “Bomba!” que, se não pode ser chamada de “sell”, não é mais
que o imperativo “hard tell”. Por outro, um caminho, que por conveniência aqui
podemos chamar de “soft tell”, é o storytelling como forma de comunicar cada
dia mais efetivamente a notícia (story) através da narrativa (telling).
O
“soft tell” para o jornalismo, ou seja, o storytelling aplicado às páginas de
jornais não é de todo novidade. Que diga o “new journalism” nos anos 60. Mas só
quando mais fórmulas forem quebradas é que teremos mais narrativas eternizadas e
leitores atentos ao noticiário.