AO MOCHILEIRO, BON VOYAGE

https://www.storytellers.com.br/2012/05/ao-mochileiro-bon-voyage.html
O relógio bate naturalmente, mas a sensação é de que o tempo
acelera e parece acompanhar o batimento do coração daqueles que anseiam por uma
resposta. A mochila pronta está deitada na porta de entrada do apartamento,
como um cão que espera a hora do passeio. O artista, que aguarda o início de
sua jornada pelo mundo, corre contra os batimentos cardíacos do universo para
que fique tudo organizado antes de partir do seio de sua pátria para as novas
páginas de um romance moderno.
O celular apita, mas ainda não é hora de partir, é apenas
mais um sinal de ansiedade de quem fica e apenas sonha em protagonizar uma
história fantástica. Nosso herói esboça um piscar de olhos de quem ameaça acordar,
mas é apenas um pequeno lapso entre os sonhos e o mundo em que vivemos. A fina
linha entre a verdade e a ficção talvez desapareça em um piscar de olhos que
revele as maravilhas do mundo. Talvez demore mais do que algumas voltas
completas de um relógio de parede para que o tempo se acostume com a ideia de
ser deixado para trás. Talvez seja um apito como esse, ameaçando o sono de
outra pessoa, que revele em uma simples mensagem de celular, as mais belas
cores e formas de um universo completamente novo.
Enquanto o futuro é preenchido por palavras fabulosas e
histórias grandiosas, o apartamento já apresenta os primeiros sintomas da
solidão vazia por se tornar um baú de memórias de quem se afasta do que é, em
busca do que poderia ser. Há quem diga
que já pode sentir o cheiro das palavras saindo das mãos do escritor que se
prepara para viajar pelo maravilhoso mundo do outro lado do oceano. Outros
dizem saber onde é que está o que o W’writer procura em sua jornada. Mas no fim
todos anseiam por uma resposta para a pergunta que permeia todo esse maravilhoso universo novo: qual será a Próxima Maravilha da humanidade?