Crie histórias de amor - Uma opção contrária ao Lulu e ao Tubby

https://www.storytellers.com.br/2013/11/crie-historias-de-amor-uma-opcao.html
Durante essa
última semana, muito se falou sobre esse tal de Lulu. Para quem ainda não
conhece, o Lulu é um aplicativo exclusivo para o
público feminino que permite às mulheres fazerem resenhas (de cunho sexual)
anônimas de seus amigos, ex-namorados, parceiros ou afins. Além de dar uma nota
para o cara em questão, o Lulu possibilita que as mulheres preencham o perfil
dele com hashtags positivas ou negativas, como: #SemMedoDeSerFofo,
#TaradoDoJeitoCerto, #NuncaPassaANoite, #LindoTesãoBonitoeGostosão,
#PiorMassagemDoMundo, #CurteRomeroBritto, #TrêsPernas, #FilhinhoDaMamãe,
#LábiosdeMel, #MaisBaratoQueUmPãoNaChapa, #PrefereoVideogame, #Bebezão,
#DáSono, #ArrotaePeida e etc.
As
feministas mais fascistas ressaltaram que o Lulu veio como vingança por anos de
objetificação das mulheres por parte dos homens. Ou seja, para elas, os homens
devem pagar o preço agora (acho engraçado como essas feministas querem ter os
mesmo direitos dos homens em comportamentos tão babacas como esse, ao invés de
se mostrarem superiores e agir diferente). Alguns homens mais sensíveis
chegaram até a processar o aplicativo, de tão insultados que se sentiram. E,
eis então que agora está para surgir a versão masculina do negócio.
Daqui
a uma semana vai ser lançado o Tubby, uma resposta masculina ao Lulu. Agora é a
vez das meninas ficarem desesperadas por duas razões específicas: 1- as
máscaras de muitas meninas que pagavam de santinhas vão cair; 2- vai ser muito
mais pesado, com hashtags, segundo boatos, como #EngoleTudo, #ComiDePrimeira,
#AdoraDáD4 e etc.
Se
esses dois aplicativos farão sucesso ou serão rapidamente esquecidos eu não sei
dizer. O que sei dizer é que eles mostram uma coisa muito clara dos dias de
hoje: a forma mecânica dos relacionamentos afetivos da nossa geração.
Tanto
homens quanto mulheres estão virando objetos. São apenas bocas a serem beijadas
e corpos a serem usados. Esses aplicativos só mostram isso de uma forma nua e
crua. E daí surgem problemas. Não digo isso de um ponto de vista conservador ou
coisa do tipo. Digo a partir de um ponto de vista analítico. Quando pessoas
usam outras e aceitam serem usadas como objetos não só perdem parte de sua
humanidade como também se expõe a diversos problemas que não precisariam
existir em suas vidas. Primeiramente pela questão das DSTs, que muita gente
transmite sem nem saber que tem. Depois pela questão psicológica, que vai desde
fragilidade e depressão até transtornos compulsivos e obsessivos. E agora surge
também a questão cibernética, não só com aplicativos, mas com exposição de
intimidade e humilhação em redes sociais (como no tão falado e recente caso
Fran).
Escrevi
um livro fantástico infato-juvenil na tentativa de criar um exemplo para a
geração que está vindo aí mudar esse quadro. Mas como acho que ele pode demorar
um pouco ainda para ser publicado, quero deixar meu apelo aqui.
Como
Storyteller crio histórias para marcas e produtos. Mas gosto de ir além disso.
Gosto de criar histórias escritas fora do papel. Ou ajudar na criação delas.
Gosto de criar histórias para serem vividas.
Infelizmente
eu não posso pegar todos os usuários dos aplicativos que falei e criar uma
história para inspirar cada um deles. Mas o que eu posso fazer é aconselhar os
leitores desse blog a apoiarem e ajudarem histórias de amor como antigamente.
Não
é uma coisa difícil. Pensando como storytellers, como criar histórias
de amor?
- Primeiramente, temos que encontrar os dois
personagens principais dessa história e temos que conhecê-los. E, lembre-se,
ninguém é perfeito. Exatamente por isso que ambos os seus personagens precisam ter falhas!
- Depois, temos que pensar nos elementos da
história. Como os personagens se conheceram, como se apaixonaram, como se
relacionaram e etc. Isso é o que dirá e fará a história ser um romance ou
apenas mais um caso mecânico qualquer. Se os elementos da história não forem
especiais, críveis ou cativantes, apague tudo e comece do zero.
- Por último, obviamente, vem o final da
história. Ele pode ser feliz, triste, cômico, irônico, trágico ou simples. Mas
independentemente de como a história acaba, o importante é que ela existiu.
Então,
pense nesses passos acima. A partir deles você pode fazer inúmeras coisas. Pode
escrever uma história de amor. Pode inspirar uma história de amor. Pode ajudar uma
história de amor. Pode participar de uma história de amor. E, quem sabe, pode viver uma
história de amor.
Experimente
uma dessas oportunidades. Garanto que vai ser bem melhor do que correr para o
celular e ficar cada vez mais robotizado com aplicativos de relacionamentos.