OS 5 PASSOS DE UMBERTO ECO PARA ESCREVER HISTÓRIAS




Umberto Eco, autor do clássico “O Nome da Rosa”, conta que começou a escrever romances ainda quando criança. O seu método era quase sempre o mesmo: começava pelo título, desenhava os personagens e em seguida começava o primeiro capítulo. Não por acaso, ele assume que depois de algumas páginas se cansava e desistia de sua obra. Ainda que, no caso de Eco, ele fosse uma criança, quem nunca se sentiu – ou se sente – assim até hoje?
A verdade, por mais irônico que seja, é que para um “escritor”, a última coisa a se fazer em uma história é, justamente, “escrevê-la”. Quase como num espetáculo da Broadway, a história é só o que aparece em cena, mas sem um punhado de contra regras, técnicos, e muito ensaio que compõem um universo ficcional, a magia não acontece.
Em “Confissões de um Jovem Romancista”, Umberto Eco conta um pouco sobre como escreveu seus romances: “da esquerda para a direita”. Piadas a parte, ele também revela todo o seu processo antes a, de fato, escrever em uma folha, da esquerda para a direita:
  1. Estudar: “Minha tese de doutorado foi sobre a estética medieval, e dediquei estudos posteriores à Idade Média. Ao longo dos anos, visitei muitas abadias românicas, catedrais góticas, e assim por diante. Quando decidi escrever o romance (O Nome da Rosa), foi como se abrisse um grande armário no qual, durante décadas, vinha depositando meus arquivos medievais.”
  2. Construir um mundo: “Para narrar algo, você começa como uma espécie de demiurgo criador de um mundo – um mundo que precisa ser o mais fiel possível, de modo que você possa locomover-se nele com total segurança.”
  3. Ideias Seminais: “Somente depois do meu terceiro romance é que percebi com clareza que todos os meus livros nasceram de uma ideia seminal pouco maior que uma imagem.”
  4. Restrições: “As restrições são fundamentais a todos os empreendimentos artísticos. Um pintor que decide usar tinta a óleo em vez de têmpera, uma tela em vez da parede; um compositor que opta por determinado tom; um poeta que escolhe empregar dísticos rimados, ou hendecassílabos em vez de alexandrinos – todos estabelecem um sistema de restrições.”
  5. Duplo-código: “O termo foi cunhado por Charles Jencks(...): A obra de arte ou o edifício pós-moderno se dirigem simultaneamente a uma minoria, uma elite que emprega códigos ‘elevados’, e um público de massa que utiliza códigos populares.”
Umberto Eco não foi o primeiro e nem será o último a escrever sobre processos de escrita de criação de histórias. Muitos outros autores já deram suas fórmulas que, apesar de não ser regra, são bons caminhos a se basear. Uma regra, entretanto, a todos grandes romancistas como Eco (que também a cita em seu livro) é a de que “genialidade é composta de dez por cento de inspiração e noventa por cento de transpiração.”

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