AS DICAS DE ESCRITA DE WILLIAM BONNER

https://www.storytellers.com.br/2014/05/as-dicas-de-escrita-de-william-bonner.html
Sem ideia para uma boa história? Ligue a tevê no Jornal
Nacional e substitua o “boa noite” do William Bonner por “era uma vez”. O
próximo grande best-seller pode estar lá, a espera de um autor.
A verdade é que enquanto tentamos métodos, técnicas, drogas e mantras para brotar uma grande ideia – que floresça e dê bons frutos – elas nos rondam a todo tempo e por todos os lados. Abra um jornal, um portal de notícias, uma revista de fofocas e veja: tão rico de ideias quanto a cabeça de qualquer de grande escritor.
Isso porque a origem das boas ideias está na percepção de
quem as pensa.
Nelson Rodrigues é autor de um apanhado de textos reunidos em um livro chamado
“Óbvio Ululante”. O termo rodriguiano se refere ao mais que óbvio, àquilo que
tanto está na nossa frente que já não o vemos mais.
As melhores ideias nascem mais ou menos assim. Para
enxergá-las é preciso de uma lente macro. As boas histórias estão sempre nos
detalhes.
Logo, não há desculpa, jovem escritor. Se a sua praia são
histórias policiais, ligue no Datena assim que chegar em casa. Se prefere as
conspirações, se inspire na Veja. Se a
ficção científica faz mais o seu estilo, leia a Scientific American.
Enquanto os nossos avós reclamam que no jornal só tem notícia
ruim, nós sabemos que toda história precisa de um conflito. E afinal, se o sábio
Vargas Llosa diz que dentro de toda ficção há uma grande verdade, qual é o universo
ficcional melhor do que nosso próprio mundo real?