Uma grande lição de storytelling com Oscar Diggs o Mágico de Oz


Recentemente pudemos acompanhar a estréia do filme Oz, Poderoso e mágico (Oz: The Great and Powerful). O novo filme do diretor Sam Raimi que apesar de receber bastantes críticas por valorizar mais as cenas do que a narrativa foi um filme agradável, com boas cenas e um desafio grande de não quebrar os direitos autorais da Warner - não podiam usar referências ao o longa de 1939 mesmo a obra original do livro estar em domínio público.

Mas não cabe a mim fazer críticas ao filme agora, a intenção desse post é revelar os segredos que fazem de Oscar Diggs o poderoso mágico de Oz e como podemos utiliza-los no storytelling.

Nada é impossível quando se acredita... 

Oscar Diggs é um grande personagem. Ele começa sua saga como um ilusionista, bem charlatão e egoísta. Ele sabe que engana as pessoas e tira proveito disso, mas quando se depara com os conflitos do mundo de Oz se encontra em uma encruzilhada: Como salva um mundo realmente mágico? Como vencer bruxas que podem voar, lançar bolas de fogo e transformar coisas simplesmente com o toque de sua varinha mágica.

Então ele percebe que existe uma forte magia na crença, todo o povo o vê como grande mágico e isso o torna realmente capaz de realizar coisas impossíveis, afinal a realidade é o que você percebe e toma para si como sendo real. Seu poder não está na varinha, como as bruxas, mas sim em trazer as pessoas para o seu mundo através de uma boa história e alguns truques de ilusionismo.
Podemos divagar aqui sobre o sentido do ilusionismo. Sua etimologia vem do verbo latino formado pelo prefixo in- e o verbo ludo, "eu brinco" ou a definição que mais gosto "em jogo".
Então Oscar, já após resolver seus conflitos internos e sobre a alcunha de Mágico de Oz consegue dar notoriedade a sua história, seguindo um roteiro com objetivos bem definidos para quebrar a cada etapa a noção de realidade do seu público (os habitantes de Oz).


Já que falamos de roteiro, cabe observar mais uma vez a relação dos poderes de Oz com a mágica. Porque ele só consegue um efeito fabuloso por dominar a técnica da ilusão.  O que implica que se você não controla magia assim como Oz, vai precisar dominar a técnica - mesmo que seja para depois desconstruí-la. Aliás magos ilusionistas são ótimos exemplos para entender isso. Já experimentaram o efeito de chegar em uma roda de amigos, pegar um baralho e fazer um truque? No máximo receberão um "ah legal".

Mas se quiser mesmo tirar suspiros, precisa chegar com uma história e faze-la progredir ao mesmo tempo que seu jogo de ilusão, criando uma tensão para despertar o interesse em saber o que irá acontecer (mesmo que já saibam o resultado final). Algumas horas precisa até desviar a atenção do seu público - ilusionistas tem um nome para isso, misdirection.

Assim vai ganhar olhares surpresos e amigos que desfrutaram de uma experiência única e divertida , quem sabe fará crianças e adultos acreditarem que é possível dar vida a pombos dentro de cartolas... pois como dissemos nada é impossível quando se acredita.  
O que torna o Mágico de Oz tão poderoso assim é mesmo o seu poder de moldar realidades e como puderam perceber, nem precisou voar em vassouras ou energizar suas mãos para lançar raios. 
Quer se tornar tão mágico assim? Então comece acreditando em sua história, depois faça os outros acreditar e ela ganhará vida.


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