STORYTELLING E CIGARRO

https://www.storytellers.com.br/2013/10/storytelling-e-cigarro.html
Quem
assistiu ao filme “Obrigado por fumar” deve lembrar da sugestão do protagonista
Nick Naylor em colocar atores fumando nos filmes como tentativa de elevar o
número de fumantes nos Estados Unidos. Sete anos após o filme ir ao ar, os
produtores da série “Mad Men” parecem, senão ter se consultado com Nick, ao
menos aprendido com a sua ideia.
A questão é
que, na série, Don Draper, diretor de criação da Sterling Cooper Draper Pryce,
não só tem a Lucky Strike como cliente, como também fuma os cigarros da marca. Ainda
que não dê pra vincular diretamente um fato ao outro, foi o que o britânico The
Telegraph fez e constatou: desde a estreia da série, em 2007, as vendas de
Lucky Strike aumentaram em 10 bilhões de maços anuais.
Se o tema “publicidade
e cigarro” já é pra lá de polêmico, quando storytelling e product placement
entram no meio, a discussão ética fica longa demais para um só post. Fato é que
a inserção contextualizada de um produto considerado tão nocivo à saúde gera
questões para as duas faces da moeda.
Por um lado,
usar o poder de persuasão de uma boa história como Mad Men em prol do fumo pode
parecer errado.
Por outro, proibir a inserção do cigarro seria, inevitavelmente, sinônimo de censurar que boas histórias, como a de Mad Men, fossem contadas.
Como uma última tragada desse post, uma frase que ouvi certa vez de um defensor da liberdade na propaganda, de um Nick Naylor por aí:“proibir a
comunicação e permitir o consumo é considerar a publicidade mais nociva à saúde
do que o próprio cigarro”.
A pergunta
que fica é: o que é mais perigoso, uma boa história ou o cigarro?