Quando nasce uma nova histĂłria

Fantasy Book by Keleus


Contar histĂłrias Ă© uma tarefa muito intrigante, exatamente porquĂȘ algumas perguntas como "de onde ou quando nasce uma nova histĂłria?" tem respostas bem particulares.

Eu estou ensaiando para o site uma sĂ©rie de artigos sobre a jornada que passamos para ter algumas dessas histĂłrias publicadas, entĂŁo considerem esse texto como um tipo de prelĂșdio para isso, pois vou apresentar um pouco do meu processo para elaborar o Story.

Considere trĂȘs tipos de histĂłrias aqui, as derivadas, as encomendadas e as autorais. Geralmente quando vocĂȘ tem uma encomenda ela jĂĄ tem algumas coisas formatadas, coisas como motivos e temas que devem aparecer nos plots, caracterĂ­sticas e conflitos de personagens e uma ideia base do mundo em que tudo vai acontecer. Uma histĂłria derivada jĂĄ tem muito mais coisas definidas. - em ambos os casos o processo para esse tipo de trabalho Ă© outro, as vezes mais complexo dependendo da encomenda, vamos falar deles em outro momento ok? 

Agora as autorais sĂŁo aquelas histĂłrias que a gente conta por necessidade. Sim, necessidade de falar sobre algumas coisas para o mundo.  H. G. Wells, por exemplo, tinha uma visĂŁo de que o mundo estava caminhando para sua ruĂ­na e ele tinha algumas ideias para organizar a sociedade (a maioria delas com base em uma catĂĄstrofe) e o que ele fez foi colocar essas utopias de forma alegĂłrica em obras como "A Guerra dos Mundos"


Eu geralmente parto dessa necessidade: o que eu quero contar e por quĂȘ isso Ă© relevante para as pessoas? 



The War of the Worlds by mechacharibdys


Mas nĂŁo se iluda, achando que a resposta para essa pergunta Ă© exatamente a sua histĂłria. As vezes existe um Grand Canyon entre elas.  O motivo de sua histĂłria pode ser bem parecido com muitas outras por ai... Ă© entĂŁo que eu me pergunto: como vou contar isso de maneira original?  A resposta as vezes Ă© algo simples como uma perspectiva "nĂŁo muito explorada"

Quando escrevi "A Cor dos Seus olhos" eu estava interessado em falar do impacto que a tecnologia tinha sobre a vida humana, esse discurso geralmente leva ao tema de escravidĂŁo, de nos prendermos aso nossos devices e apps, mas poderia levar a algo mais profundo... uma discussĂŁo sobre homens perdendo sua humanidade e sua alma.  Foi quando pensei na "entidade" que iria enganar os homens, ferir seu ego fazendo eles se sentirem poderosos e depois mostrar que estavam caindo em seu jogo de submissĂŁo. 


Acho que de tanto pensar sobre a história em estågios iniciais, a imaginação vai se misturando com suas lembranças e algumas coisas surgem como se fossem reais.

 "Ah... esse personagem, que mora no lugar tal e trabalha ali, nĂŁo perde sua mania de fumar haha, imagina quando ele vir o mal que isso lhe fez."


Mas nĂŁo Ă© tudo mĂĄgico e intuitivo, algumas coisas vocĂȘ precisa forçar, como esticar uma massa de modelar atĂ© ela ficar maior para vocĂȘ dar uma forma mais robusta.  Esse esticar para mim Ă© beber mais referĂȘncias sobre aquilo.  Eu estava em algum momento do texto, querendo falar sobre um portal, talvez um buraco de minhoca e fui atrĂĄs de pesquisas cientĂ­ficas sobre o LHC. 




Cultivo o hĂĄbito de montar uma playlist no spotfy com trilhas de filmes e games que estĂŁo em sintonia com meu sentimento sobre aquela histĂłria e, tambĂ©m, procuro referĂȘncias visuais, terreno, equipamentos e roupas de personagens - eu tento viver naquele mundo, antes de poder contar os fatos que estĂŁo acontecendo. 

Depois de um certo tempo vocĂȘ sabe o que estĂĄ vendo, vocĂȘ sente tudo e tem certeza do que vai acontecer ali na frente ou as vezes vocĂȘ nĂŁo tem (se for um pantser puro) mas vocĂȘ estĂĄ com o primeiro tijolo sĂłlido em suas mĂŁos.  DaĂ­ Ă© partir pro telling, colocar no papel.  Como Ă© essa experiĂȘncia para vocĂȘs? 

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