Guerra nas Histórias

https://www.storytellers.com.br/2014/04/guerra-nas-historias.html
Há muito tempo atrás, em um lugar muito distante...
Histórias eram criadas, geradas e formadas aos montes para o
combate. Verdadeiros exércitos de histórias que se matavam em campos de
batalha.
E histórias são coisas poderosas. Muito mais poderosas do
que soldados ou tanques de guerra. Histórias têm o poder de inspirar nas pessoas
as duas forças que movem o mundo: o Ódio e o Amor.
Algumas dessas histórias foram tão poderosas que quase
destruíram o mundo por inteiro. Outras foram facilmente desacreditadas e
derrubadas, não chegando sequer a fazer um único estrago.
Agora, pensando bem, isso não aconteceu há muito tempo
atrás, e muito menos em um lugar muito distante. Aconteceu durante toda a
história da humanidade ao redor de todo o nosso planeta. Ou seja, aconteceu nas nossas vidas.
Ontem, hoje e amanhã, usaremos histórias nos campos de
batalha. Um soldado pode hesitar em puxar o gatilho se pensar no que está
fazendo, mas ele não pensará duas vezes se acreditar na causa pela qual está
lutando! Entende a diferença? É isso o que uma história faz com a mente de um
homem. Ela o faz acreditar em um ideal acima de suas ações.
Ninguém sabe ao certo qual foi a primeira guerra já travada
pelo homem. Em compensação, uma das guerras mais antigas de que se tem registro
é a Guerra de Tróia. Se a Guerra de Tróia aconteceu ou não... bem, isso já é
outra história. Agora, dentro da própria mitologia existe o uso de Storytelling.
Supostamente a causa da guerra contada para os soldados era o rapto de Helena,
a mais bela mulher do mundo, que pertencia à Grécia, enquanto os reais motivos
do confronto eram as ambições dos gregos, em especial do Rei Agamémnon, uma
coisa bem menos inspiradora.
A Guerra de Tróia foi fortemente usada como propaganda pelos
gregos durante anos. E depois pelos romanos, que se julgavam descendentes do
herói troiano Enéias. Aliás, os romanos sabiam melhor do que ninguém usar
Storytelling para inspirar seus soldados e seus cidadãos. E as vitórias romanas
eram amplamente representadas por gladiadores em arenas, mostrando a
grandiosidade de Roma e enaltecendo os combates travados por seus exércitos
contra outros povos. Assim sendo, o público ia ao delírio com as vitórias
dramáticas de sua nação. O engraçado é que os americanos adaptaram hoje essa
política propagandista de guerra para o cinema e a televisão #ficaadica.
O Storytelling nas guerras foi usado religiosamente nas
cruzadas. Foi usado como doutrina em países como Japão e China. Foi usado como forte propaganda por Napoleão, especialmente em sua campanha pelo Egito, que foi um
fiasco, mas que ele vendeu como a história de um enorme sucesso. Mas, quem
realmente se deu bem com o Storytelling nas guerras foram os americanos, já
mencionados nesse post.
Na Segunda Guerra Mundial personagens da Disney foram usados
como propaganda em pequenas histórias. Isso sem mencionar muitos heróis dos
quadrinhos. Lógico que Hitler não ficou de braços cruzados e também fez sua
própria linha doentia de histórias, em especial envolvendo a mitologia nórdica.
Com o final da Segunda Guerra veio a Guerra Fria em seguida,
e os americanos aperfeiçoaram ainda mais
suas histórias. Heróis como o Capitão América se tornarão um símbolo contra o comunismo, além da disseminação no ocidente de livros como 1984, Maravilhoso Mundo Novo e a Revolução dos Bichos. Quem acompanha as HQs do Homem de Ferro também sabe que o personagem de Tony Stark criou sua famosa armadura em um cativeiro no Vietnã.
suas histórias. Heróis como o Capitão América se tornarão um símbolo contra o comunismo, além da disseminação no ocidente de livros como 1984, Maravilhoso Mundo Novo e a Revolução dos Bichos. Quem acompanha as HQs do Homem de Ferro também sabe que o personagem de Tony Stark criou sua famosa armadura em um cativeiro no Vietnã.
Em compensação, o Storytelling das guerras entrou em uma nova fase ultimamente. Com os meios de comunicação se ampliando cada vez mais e abrindo a oportunidade para debates, existem histórias que contam o outro lado das guerras. Um excelente exemplo disso é o seriado/filme The House of Saddam, que conta o lado de Saddam Hussein na Guerra do Iraque.
Guerras, apesar de serem coisas horríveis, sempre nos trazem
valiosas lições. Se tratando de Storytelling, vemos como histórias são capazes
de influenciar diferentes pessoas em diferentes momentos históricos em prol a
um ideal. Como já disse antes, histórias são coisas poderosas. Então o melhor a
se fazer é usá-las! Afinal, você não precisa estar em uma guerra para lutar por
uma causa!