Qual o futuro do Storytelling Interativo?


Ao longo dos anos a tecnologia vem providenciando experiências fantásticas no cinema e no mundo dos games, mesmo assim e exatamente por conta disso é possível questionar qual será o futuro do Storytelling interativo, principalmente este presente nos jogos como os da série Transformers, que ilustra este post. O jogo mantém inclusive o mesmo título dos filmes em uma tentativa aproveitar mais o sucesso da sua história.

Enquanto não desenvolvemos talentos de clarividência para descobrir isso, podemos fazer uma investigação que ajudará a termos uma ideia de qual caminho seguir. O que acham? Topam? Ok, vamos lá!

Para começar bem, vamos tentar definir o que seria o Storytelling Interativo.  Vocês já leram neste blog (aqui e aqui) que o Story e o Telling são coisas diferentes que se integram para contar bem uma história. E para entender o telling, precisamos conhecer bem o meio em que a narrativa vai acontecer.
Pois bem, quando falamos de interatividade dos jogos, sejam eles de tabuleiro, pen and paper, eletrônico e mesmo os jogos online estamos falando das mecânicas ou as regras de como o jogo acontece e como os jogadores interagem com ela.  Existem jogos sem histórias, mas não existem jogos sem mecânicas. Isso faz com que ela se torne uma característica realmente indispensável quando estivermos desenhando uma narrativa interativa.  
Daniel Erickson Creative Director da Warner Bross Games fala sobre essa característica que torna os games algo único: "Jogos são uma nova mídia com uma nova forma de arte e sua própria linguagem, ela não tem, realmente, o mesmo impacto que cinema ou livros."

Escrever para jogos ainda inclui variáveis como a Player Agency que basicamente é a capacidade que você concede ao jogador de moldar o mundo e ou o roteiro do seu jogo, através das decisões que ele toma ou não.


E as cutscenes ou cinematics? 

Então, nem sempre elas são storytelling interativo. Na verdade elas são intervenções cinematográficas com uma função específica que é transmitir informações importante e engajar o jogador novamente com a imersão narrativa do jogo.  Outra das funções das Cutscenes é unificar ou reforçar o ponto de vista adotado pela narrativa do jogo.  E elas devem ser usadas moderadamente e estratégicamente para marcar os estados do jogo ou, como Ahmad Saad diz “pode ser a história bugando o gameplay”.


E quais os desafios que o Storytelling Interativo pode enfrentar? 

Não só pode como já está enfrentando. Atualmente os jogos têm ganhado força e muito dinheiro com produções fantásticas, mas geralmente demoram anos para serem produzidas. Uma das dificuldades é no formato do roteiro: cada equipe desenvolve sua própria metodologia e script. Principalmente em jogos modulares, só os diálogos podem passar de 10 mil páginas facilmente (o que acontece frequentemente em jogos de MMO).

Além disso parece que é um consenso que os jogos ainda não encontraram uma forma ideal de contar uma história que alcance o nível de drama que o cinema faz.  Alguns nomes da indústria de games (inclusive) acabam sendo bem drásticos como John Feil que afirma de forma chocante “Você deve ter notado isso antes : a história não pertence aos jogos.”

Mas calma, isso não significa que não iremos desenvolver histórias para os jogos. Pelo contrário, é um dos indícios de que os games ainda precisam se encontrar para ampliar o seu poder de comercialização. Um gênero que vem sofrendo com isso são os MMORPGs, alguns títulos como Star Wars The Old Republic que tem como base toda mitologia e história de sucesso da saga Star Wars ainda não conseguiu emplacar.  Enquanto o maior título de todos o World of Warcraft vai expandir o seu universo para o Cinema (entenda aqui). 


Estão percebendo? Parece que essa convergência do cinema com os games está se tornando cada vez mais evidente. É exatamente esse o ponto que estou querendo chegar. Podemos sentir que a indústria do entretenimento está começando a produzir histórias que sejam tantos para os jogos, quando para os filmes. 

Lembram de Defiance? (vejam o case aqui) Apesar dele não ter emplacado como projeto transmídia é apenas a primeira tentativa da produtora que já prometeu outros no mesmo molde: jogo e seriado, ou jogo e filme em uma narrativa transmídia. Fundindo a realidade e a ficção e imergindo a audiência cada vez mais dentro do seu storyworld. Não podemos prever mesmo se esse será o futuro, mas sim, é um caminho que já está sendo percorrido. 

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